quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Neide Mariarrosa - Protesto, meu amor (CS 1968)

Neide Mariarrosa, cantora catarinense, foi descoberta em 1962 pela Elizete Cardoso

Pretendia postar o LP 1ª Bienal do Samba, como cheguei a anunciar no post do grupo vocal Os Caçulas, mas o nosso amigo Augusto, lá do Toque Musical, foi mais ágil e postou o disco em seu blog, que pode ser baixado aqui. A minha intenção era incluir este compacto da Neide Mariarrosa como bônus, uma vez que a faixa “Protesto, meu amor”, de Pixinguinha e Hermínio Belo de Carvalho, foi uma das finalistas do festival. Eu, sinceramente, não conhecia a intérprete, mas ao fazer uma pesquisa no Google, fiquei surpreso em saber que a cantora foi tema do documentário “Ai que saudade de Neide”, pelas jornalistas Fernanda Peres e Taíse Bertoldi, do Curso de Comunicação da UFSC, e de um livro com várias fotos e dois CDs, um dos quais com gravações inéditas, sob os auspícios da Fundação Franklin Cascaes.

Neide Mariarrosa foi uma das principais cantoras de Santa Catarina e é um nome essencial quando se fala na construção da identidade cultural de Florianópolis, pois ajudou a projetar a arte catarinense em outros estados brasileiros e abriu portas para vários músicos locais. Neide, nascida em 11 de abril de 1936 começou sua carreira no rádio, aos 13 anos, como cantora. A partir de um concurso que venceu, começou a trabalhar na Rádio Guarujá e pouco tempo depois na Rádio Diário da Manhã, onde era cantora, radioatriz e locutora, nas décadas de 1950 e 1960. Teve seu talento reconhecido por Elizete Cardoso, que após conhecer Neide durante a passagem para um show em Florianópolis, em 1962, convenceu a catarinense a tentar carreira no Rio de Janeiro.

Na capital fluminense, gravou seu primeiro compacto e morou na casa de Elizete Cardoso entre 1964 e 1970. Entre suas atividades, estrelou o espetáculo "Sua Excelência, o Samba", que ficou durante quase um ano em cartaz no Golden Room do tradicional Copacabana Palace. Além disso, participou, em 1967, do II Festival Internacional da Canção, quando classificou composições de Edu Lobo e Paulo Gustavo da Silva Constanza entre as 20 finalistas e ficou com o segundo lugar na premiação de melhor intérprete do festival, perdendo para Milton Nascimento. Na TV, apresentou-se em programas como o do apresentador Flávio Cavalcanti e Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte-Preta. Foi, inclusive, durante o primeiro programa que participou de Stanislaw Ponte-Preta, que Neide, por sugestão de Elizete Cardoso, junta o "Maria" e o "Rosa" de seu nome, e passou a assinar artisticamente como "Neide Mariarrosa".

Em 1965, a prefeitura de Florianópolis lançou um concurso para escolher uma música que representasse a Capital dos catarinenses. Na ocasião, o amigo e poeta Zininho convidou Neide, então a mais famosa cantora do Estado, para interpretar seu "Rancho de Amor à Ilha", que ele havia composto especialmente para o concurso. Neide gravou a música acompanhada do grupo Titulares do Ritmo. A canção venceu o concurso e, em 1968, foi oficializado como hino da cidade. Dois anos depois, ainda no Rio de Janeiro, Neide passou a fazer parte do incipiente movimento Musicanossa, que reunia nomes da bossa nova e artistas como Beth Carvalho, Nara Leão, Paulo Sérgio Valle e Roberto Menescau. Dessa fase, existe o LP "Isto é Musicanossa!", no qual Neide interpreta a faixa "Pobre Morro".

Em 1970 Neide voltou para Florianópolis. O que era para ser apenas uma visita de Natal à família, transformou-se em um retorno definitivo à cidade. Sobre essa volta, as opiniões de parentes e amigos são diversas. Há quem diga que Neide teve um grande desgosto no Rio de Janeiro e por isso resolveu voltar, há quem diga que foi saudade. Em 1988, foi convidada pela Fundação Franklin Cascaes a gravar aquele que seria seu primeiro e único LP, intitulado Eu sou assim, apenas com músicas de compositores da Ilha. Pouco tempo depois, Neide adoeceu e, vítima de câncer de mama e de ossos, morreu, aos 58 anos, no dia 4 de setembro de 1994, em Florianópolis.

01 - Protesto, meu amor
..... (Pixinguinha - Hermínio Bello de Carvalho)
02 - Culpas, desenganos
..... (Maurício Tapajós - Hermínio Bello de Carvalho - Mauro Duarte)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Magnetic Sounds (Os Carbonos) - LP de 1979

Álbum do grupo Os Carbonos, sob pseudônimo, se destaca pelo hit Wigwam, de Bob Dylan

Tenho recebido reclamações de visitantes sobre a dificuldade de baixar as pastas postadas no 4shared. Fui informado que o servidor pede senha para realizar o download. Gostaria de esclarecer que nenhuma das pastas do blog foi programada para pedir senha na hora da operação. O problema está no 4shared. Notei, após alguns testes, que o pedido de senha nem sempre é solicitado. Depende do humor do servidor. Não sei qual é a origem do problema. Eu, infelizmente, não sei o que fazer para contornar o problema. No caso da postagem anterior, do Oswaldo Nunes, fiz um novo upload no Mediafire, apesar de o link do 4shared se manter ativo.

Estou postando o LP de 1979 do The Magnetic Sounds, do New Records, selo da gravadora Beverly. Trata-se, na verdade, do grupo Os Carbonos sob pseudônimo, que gravou também com outros nomes, como Andróides, The Mackenzie Group e Carbono 14. O The Magnetic Souds foi um bem-sucedido projeto musical que gravou a série de LPs “Super Erótica”, muito vendida aos longo dos anos 1970. Eu, em particular, gosto muito deste volume, que traz momentos memoráveis, como "Wigwam", "Concerto pour une voix", "Ballade pour Adeline", e outros. É delicioso de se ouvir para suavizar o ambiente.

O grupo surgiu no início dos anos 1960. Foi um dos pioneiros na reprodução fiel de sucessos, fazendo o que atualmente se convencionou chamar de "cover". Apresentou inicialmente como The Witchcraft, depois como Os Quentes, com o qual lançou um compacto pelo selo Mocambo/Rozenblit. Em 1966, por sugestão da gravadora Beverly, adotaram o nome Os Carbonos, referência tanto à aparência semelhante dos irmãos gêmeos, integrantes do conjunto, como à opção da banda por fazer versões idênticas dos sucessos. Hoje, os discos do grupo são muito procurados por colecionadores, que reconhecem o talento dos músicos. Confira:

01 - Wigwam
..... (Bob Dylan)
02 - Concerto pour une voix
..... (Saint-Preux)
03 - Somewhere in love
..... (Gambier - J. Ness)
04 - Song for guy
..... (Elton John)
05 - Ready to take a chance again
..... (Charles Fox - Norman Gimbel)
06 - Raind and tears
..... (E. Papathanassiou - B.Bergman)
07 - Tragedy
..... (Barry - Robin - Maurice Gibb)
08 - Ballade pour Adeline
..... (P. de Senneville - O. Toussaint)
09 - Allouete (Tema de Carina)
..... (Denise Emmer)
10 - It´s all over
..... (D. Danello - L. Oliver)
11 - Mirrors
..... (Sally Oldfield)
12 - For a change
..... (Lewis Carezzato)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Oswaldo Nunes - Oba (Primeiro LP - 1962)

Álbum traz no repertório o samba "Oba", sucesso do bloco carnavalesco Bafo da Onça

Devido a popularidade no blog da coletânea “Singles & Raridades”, do Oswaldo ou Osvaldo Nunes (grafia que varia de acordo com o disco), achei que seria legal postar este primeiro LP do cantor, lançado em 1962 pelo selo Mocambo e relançado em CD pela Eldorado em 2000. O destaque é a música que dá título ao álbum, “Oba”, samba empolgação do Bloco Carnavalesco Bafo da Onça, do qual foi puxador durante anos. “Oswaldo Nunes era alma daquilo. Foi o grande compositor da época", disse a cantora Beth Carvalho ao revelar que o Bafo foi o primeiro bloco no qual desfilou. O samba “Oba” continuou a embalar os desfiles do bloco nas décadas seguintes e se tornou o hino oficial da agremiação. Também vale destacar a inclusão no disco do samba “Volta por cima”, de Paulo Vanzolini, maior sucesso do saudoso Noite Ilustrada. Confira:

01 – Oba
..... (Oswaldo Nunes)
02 – Alô meu bem
..... (Oswaldo Nunes – Carlos Imperial)
03 – Volta por cima
..... (Paulo Vanzolini)
04 – Diário de amor
..... (Seno)
05 – Chorei chorei
..... (Oswaldo Nunes)
06 – Gosto de você de graça
..... (João Roberto Kelly)
07 – Zé da Conceição
..... (João Roberto Kelly)
08 – Oito mulheres (Pode falar quem quiser)
..... (José Batista)
09 – Lar vazio
..... (Oswaldo Nunes)
10 – Nunca mais
..... (Oswaldo Nunes – Ruy Borges)
11 – Faço um lê lê lê
..... (Haroldo Barbosa – Luiz Reis)
12 – Fim
..... (Lino Roberto)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Adriana - O amor tem dessas coisas (LP 1988)

Coletânea reúne gravações da Adriana realizadas na Continental entre 1976 e 1981

Este álbum da Adriana, lançado pelo selo Phonodisc, é uma coletânea de gravações feitas pela cantora na gravadora Continental. Dois grandes sucessos - "Quando você partir" (When you´re gone) e "O amor que existe em mim" (We´re all alone) – estão presentes no disco, assim como a bonita regravação de “As flores do jardim da nossa casa”, gravada originalmente por Roberto Carlos. O resgate dessas gravações, realizadas entre 1975 e 1981, aconteceu no momento em que a cantora – agora na RGE – retoma a carreira, após afastamento para cuidar da maternidade, e faz sucesso com músicas como “I Love You Baby”( uma versão do hit da banda americana “Manhattans”, chamada “Forever by your side”)., “Pra Sempre Vou Te Amar”, “Combinado Assim”, dentre outras.

A artista nasceu em 1953 no Rio de Janeiro. Filha da vedete de teatro de revista, Maria Helena, começou a cantar desde criança, assim como a maioria dos artistas. O primeiro disco, aos 14 anos, foi o compacto simples com “Anjo azul” (Vesti azul) e “Lá, lá, lá”, e obteve relativo sucesso, assim como o single seguinte com as músicas “Viu” e “Deixa pra lá”. O primeiro grande hit viria em 1970 com o samba rock "Justo nesta noite", do seu primeiro Lp, lançado pela Odeon.

Foi com “O que me importa”, de Cury, seu maior sucesso comercial, gravado em 1972, que passou a adotar repertório predominantemente romântico. O sucesso da canção chamou a atenção do “síndico” Tim Maia, que a regravou um ano após, e mais recentemente, por Marisa Monte. Ganhou o prêmio de "Melhor intérprete" no Festival de Mar Del Plata. Atuou ainda em três filmes, tendo contracenado com Grande Otelo e Vanja Orico. Também fez diversas telenovelas e participação em novelas. Adriana é casada com Márcio Monteiro (biólogo marinho, produtor, compositor e músico), tendo resultado dessa união suas filhas, gêmeas, Natanna e Tuanny, que fizeram parte durante oito anos da última formação do Balão Mágico. Com sua voz inconfundível, Adriana ainda está na ativa, apesar de afastada da mídia.

01 - O amor tem dessas coisas
..... (Adriana – Márcio Santos)
02 - Ganhar ou perder
..... (Cury)
03 - Sei lá, amor
..... (Lincoln Olivetti – Ronaldo)
04 - Quando você partir (When you´re gone)
..... (S.Smit – F. Smit – vs: Fred Jorge)
05 - Se o metro passasse aqui
..... (Gibran – Adriana)
06 - O cara
..... (Gibran – Adriana)
07 - O amor que existe em mim (We´re all alone)
..... (Boz Scaggs – vs: Cleide Dalto)
08 - As flores do jardim da nossa casa
..... (Roberto Carlos – Erasmo Carlos)
09 - Todo mistério
..... (Beto – Reina)
10 - Eu preciso te amar
..... (Ademir – Márcio Santos – Patty)
11 - Que falta faz você (Your´re the only one)
..... (Bruce Roberts – Carole Beyer Sager – vs: Márcio Marcos Santos)
12 - Ainda te amo
..... (Patty – Márcio Santos – Ademir)

FICHA TÉCNICA

Produtor fonográfico: Gravações Elétricas S/A
Direção artística: Wilson Souto Jr.
Seleção de repertório: Waldyr Santos
Técnico de editagem: Nivaldo Roberto M. Gualassi
Supervisão de corte: Milton Araújo
Direção de arte: Toshio H. Yamasaki
Arte final: Luiz Cordeiro e Antonio Deliperi

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Vários artistas - Globo Collection MPB (1996)

Clássicos da MPB estão reunidos neste CD lançado originalmente pela Revista Criativa

O Brasil perdeu ontem mais um grande intérprete, Pery Ribeiro, filho da Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. Passei a tarde ouvindo algumas de suas gravações e lembrei-me da música “O barquinho”, incluída neste CD que “ganhei” da Editora Globo como “agrado” por um problema de cobrança na assinatura de uma revista. Trata-se de um disco de 1996 que veio encartado na edição de aniversário da Revista Criativa. O repertório e os intérpretes selecionados são de primeiríssima qualidade, como se pode constatar. O legal é que se tratam de regravações. A minha única dúvida diz respeito à “Pais tropical”, creditada a Wilson Simonal, de quem não reconheci a voz. Será ele mesmo ou foi erro na produção do disco?

Na verdade, decidi postar este CD muito mais para relatar uma curiosidade que me lembrei após ouvir a notícia sobre a o falecimento do Pery. A história é contada por Ruy Castro na biografia que escreveu da Carmen Miranda, assim como o próprio Pery no livro que lançou sobre os pais. O cantor conta, com certo orgulho, que fez xixi na cama da Carmen Miranda. Isso aconteceu quando ele, com menos de dois anos, morava com os pais na Urca (RJ) numa casa vizinha a da Pequena Notável. Ela, que retornara ao Brasil em 1939 após estrondoso sucesso de sua temporada de seis meses nos Estados Unidos, estava ansiosa pela chegada de um novo contrato – desta vez mais longo – que o empresário norte-americano lhe prometera enviar.

Como o documento não chegava, a cantora decidiu fazer uma simpatia. Se uma criança urinasse em sua cama, seria o sinal da chegada do tal contrato. Assim, durante um tempo, Carmen ia na vizinha para pedir “o Pery emprestado”. Em casa, Carmen o encharcava de água, de suco, de refrigerante, e o colocava em sua cama. O esperado xixi não vinha. Até que um dia, aos berros, Carmen entrou na casa da Dalva e anunciou: “ele fez, ele fez Dalva, ele fez”. Nesse mesmo dia, Carmen recebeu notícias sobre o contrato dos Estados Unidos, onde morou até morrer em 1955. Pery conta que, meses antes, quando a cantora esteve no Brasil para tratamento da saúde, foi visitá-la no Copacabana Palace em companhia do Grande Otelo. Carmen não só confirmou a história do xixi, como também lhe contou algo que a mãe mantinha em segredo: antes de partir, insistiu muito com Dalva para levá-lo aos EUA, e se comprometeu em cuidar da sua educação, pois sabia dos problemas existentes entre o casal. Pery lamenta que, após a escandalosa separação dos pais, foi jogado em internatos e casas de parentes por determinação da Vara de Família. E ninguém se lembrou da oferta feita pela Carmen. Seu destino seria outro, e provavelmente eu não estaria aqui lembrando dessa curiosidade desse notável cantor. Confira:

01 - Pery Ribeiro - O barquinho
..... (Bôscoli - Menescal)
02 - Claudya e Zimbo Trio - Kid cavaquinho
..... (João Bosco - Aldir Blanc)
03 - Taiguara - Hoje
..... (Taiguara)
04 - Jair Rodrigues - Tristeza
..... (Haroldo Lobo - Niltinho)
05 - Wilson Simonal - País tropical
..... (Jorge Benjor)
06 - Jane Duboc - Estrada do sol
..... (Tom Jobim - Dolores Duran)
07 - Zimbo Trio - Garota de Ipanema
..... (Tom Jobim - Vinicius de Moraes)
08 - Belchior - Como nossos pais
..... (Belchior)
09 - Paulinho Nogueira - Manhã de carnaval
..... (Luiz Bonfá - Antonio Maria)
10 - Catavento - A volta do malandro
..... (Chico Buarque)
11 - SamBrasil - O mestre-sala dos mares
..... (João Bôsco - Aldir Blanc)
12 - Trio Caiowás - Anos dourados
..... (Tom Jobim - Chico Buarque)
13 - Alemão & Zezo Ribeiro - Delicado
..... (Waldyr Azevedo - Ary Vieira)
14 - Tropical Lambadance Group - Tieta
..... (Paulo Debétio - Bôni)
15 - Brazilian Tropical Orchestra - Corcovado
..... (Tom Jobim)
16 - Nova Banda - Águas de março
..... (Tom Jobim)
17 - Vou Vivendo - Meu caro amigo
..... (Chico Buarque - Francis Hime)
18 - Brazilian Tropical Orchestra - Arrastão
..... (Edu Lobo - Vinicius de Moraes)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Luiz Américo - A distância (CS Som Maior - 1968)

Cantor iniciou carreira em 1966 na RCA após vencer programa de calouros do Silvio Santos

Este compacto é da fase desconhecida do sambista Luiz Américo. O disco, de 1968, marca a estreia do cantor na Som Maior, onde gravou outro single em 1969, após passar dois anos no elenco da RCA Victor. Nesse período, fortemente influenciado pela Jovem Guarda, Luiz Américo era personagem conhecido do grande público, apesar de não emplacar nenhum sucesso. A fama se deve ao Programa Silvio Santos, onde venceu a final de um campeonato de calouros, realizada num estádio de futebol, após acirrada disputa. O sucesso só viria em 1973 quando mudou de estilo e gravou “Desafio”, mais conhecida como "Cuca cheia de cachaça". Daí em diante sua carreira deslanchou num rosário de hits, como “Camisa 10”, “Fio da véia”, “Na casa da tia Ciata”, “Carta de alforria”, “Casa cheia”, “O gás acabou”, “Na hora da sede”, entre outros.

Segundo o Wikipedia, o cantor ganhou 10 Globos de Ouro, 14 Cassinos de Ouro do Chacrinha, e o prêmio de Melhor cantor nacional, realizado por Flávio Cavalcanti. Sua imagem ficou marcada pelo uso do boné. Foi um dos maiores ídolos populares da geração das décadas de 1970 & 1980. Seu maior sucesso foi a canção “Camisa 10”, que teve uma grande repercussão por falar da Seleção Brasileira de Futebol de 1974, comandada pelo técnico Zagalo, que depois de se tornar tricampeã mundial no México, atravessava um período de altos e baixos para disputar a Copa da Alemanha de 1974. Vendeu milhares de cópias. Recebeu prêmios no Brasil e no exterior, graças ao enorme talento. Confira:

01 – A distância
..... (Dori Edson - Marcos Roberto)
02 – Brinquedo de amar
..... (Julio Nunes)

Arranjo e regência de Portinho

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Terry Winter - Pleasure (LP 3M - 1988)

Último LP do cantor destaca-se pelo soul "Music is power" e pelo rock "Money maker"

Gosto muito do Terry Winter e finalmente encontrei este LP, o sexto e último da carreira, lançado em 1988 pela 3M. Arranjo e produção excelentes, como os álbuns anteriores. Thomas Willian Standen é paulista e nasceu em 08 de maio de 1941. Antes de se tornar profissional, foi professor de inglês. Um de seus alunos trabalhava na gravadora RCA Victor, facilitando a gravação do seu primeiro disco, um compacto simples, que continha as músicas: “Véspera do Fim do Mundo” e “Não Brinque com Fogo”, usando o nome Tommy Standen. Gravou, com o mesmo nome, vários compactos, inclusive "O quente", uma das músicas que obteve relativo sucesso. Além disso, é autor de várias composições para os cantores na década de 60, como Nilton César, Wilson Miranda, Vanusa, Agnaldo Rayol, Ronnie Von, Demétrius e outros.

Começou a ser reconhecido nos início dos anos 1970 quando trocou a RCA pela Beverly e mudou o nome para Terry Winter. O sucesso começou em 1970 com “You’ll notice me”, lançado em compacto simples, e na sequência veio o primeiro LP, “New Tonton”. Nele, o hit “Summer holiday”, e muitos nem desconfiam que se tratava de um brasileiro. Temia-se que, ao revelar a verdadeira identidade, não faria mais sucesso. O fato é que, ao gravar como estrangeiro, Terry Winter abriu as portas para que outros “gringos” fizessem o mesmo, como Dave MacLean (José Carlos Gonzales), os irmãos Ralff (Richardson da Silva) e Christian (José Pereira Silva Neto), Morris Albert (Maurício Alberto Kaiserman), Uncle Jack depois Mark Davis (Fábio Jr), Tony Stevens (o falecido cantor Jessé), Edward Cliff (Jean Carlo), dentre muitos outros. Também brasileiros gravando em inglês foram os grupos Trepidants, Pholhas, Lee Jackson e Light Reflections.

Terry Winter se apresenta na TV pela primeira vez no Programa Silvio Santos (na foto ao lado). A atração começa com Terry falando em inglês, auxiliado por intérprete. Após o intervalo, a entrevista continua em português normalmente e as colegas de trabalho do apresentador não entendem nada. Só então descobrem que Terry Winter é brasileiro, filho e neto de britânicos. Participou da novela "A Viagem" (Rede Tupi - 1975), fazendo o personagem Rui. Sua participação nesta novela foi pequena, pois a agenda de shows atrapalhava as gravações. Durante alguns anos, sua vida foi dedicada à divulgação de seus discos e shows realizados por toda a América Latina, Canadá, Holanda e Estados Unidos.

Gravou 6 álbuns e vários compactos, destacando-se os sucessos “Mission to carry”, “Lovely love” e “Our love dream”, dentre outros. Winter/Standen deixou de fazer sucesso como intérprete, mas ainda frequentou as paradas graças a mais uma metamorfose: como Chico Valente, assinou vários sucessos de música sertaneja moderna como "Sonho de um caminhoneiro", "Mãe de leite" (ambas gravadas por Milionário e José Rico), "Convite de casamento" (gravadas por Athayde e Alexandre), "Meu velho amigo" (Tonico e Tinoco) e "Rei do gado" (tema de abertura da telenovela homônima da Rede Globo) compostas em parceria com Nil Bernardes, o mesmo Neil Bernard, co-autor de "Summer Holiday" e outras. Terry Winter morreu em São Paulo no dia 23 de setembro de 1998, de ataque cardíaco, em consequência de cirrose, deixando um belo legado musical. Confira:

01 - Energy of love
..... (Terry Winter - Ringo - Neil Bernard)
02 - Music is power
..... (Terry Winter - Neil Bernard)
03 - Never gonna let you go
..... (Terry Winter - Neil Bernard)
04 - For the sake of love
..... (Gambier - Charles)
05 - Land of tomorrow
..... (Terry Winter - Neil Bernard)
06 - Rhapsody of you
..... (Terry Winter - Neil Bernard - Anthony Louis)
07 - Don't stop
..... (Terry Winter - Neil Bernard)
08 - Pleasure
..... (Terry Winter - Neil Bernard)
09 - Let's keep the flame alive
..... (Terry Winter - Neil Bernard)
10 - Money maker
..... (Terry Winter - Neil Bernard)
11 - Daybreak (My sentiment)
..... (Terry Winter - Neil Bernard)

FICHA TÉCNICA

Direção artística: Moacyr M. Machado
Coordenação artística: Mickael
Estúdio de gravação e mixagem: Mosh-SP
Técnicos de gravação: Luiz Paulo, Elder Alvares, Primo, Getúlio
Mixado por: Luiz Paulo
Corte: José Oswaldo Martins, Paulo A. A. Torres, Orlando L. dos Santos

Bateria: Maguinho
Percurssão: Luiz Guilherme
Baixo: Pedro Ivo
Guitarras: Elias Almeida, Antenor Soares
Saxofones: Proveta, Pique
Trompetes: Gil, Tenisson
Trombone: José Francisco Lima
Teclados: Eduardo Assad
Violinos: Elias Sion, Caetano Finelli, Jorge Izquerdo, Aldino Aparício, Tânia Guarnieri, Angelo Monte, Antonio Ferrer, German Wajnrot
Violas: Michel Verebes, Estela Ortiz
Cellos: Roberto Suetholz, Júlio Ortiz
Vocal: Neil Bernard, Carlos A. de Souza, José Carlos "Ringo", Luiz Carlos, Jorge Gambier, Tânia Lenke, Maria A. de Souza, Maria Diniz, Vivian
Arranjos e regências: Eduardo Assad
Produzido por: Terry Winter e Neil Bernard

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Vários intérpretes - Carnaval nostálgico

Marchinhas famosas e desconhecidas estão reunidas nesta coletânea para o carnaval

Finalmente chegamos na quarta-feira de cinzas. Com ela, também se encerra a postagem de músicas carnavalescas. Esta coletânea, formada por marchinhas conhecidas e desconhecidas, foi extraída de velhos compactos. Entre as famosas estão “Marcha da cueca”, “Me dá um gelinho” e “Maria sapatão”, interpretadas respectivamente por Celso Teixeira, Francisco Egydio e Chacrinha. Destaco duas curiosidades: a primeira é a marcha “É fogo”, cantada por Léo Romano, que marca uma inusitada parceria autoral entre Adoniran Barbosa e Hervê Cordovil (pai do cantor Ronnie Cord). A segunda é “A marcha do Sujismundo”, personagem criado em 1973 pelo governo militar para a campanha de limpeza pública, famosa pelo slogan “Povo desenvolvido é povo limpo”. Confira:

01 - Gilberto Montenegro - Carnaval feliz - 1973
..... (José Costa - Giba - Cesar Cury)
02 - Celso Teixeira - Marcha da cueca - 1971
..... (Mendes - Prestes - Sardinha)
03 - Francisco Egydio - Me dá um gelinho - 1969
..... (Manoel Ferreira - Ruth Amaral)
04 - Silvio Santos - Oh, vem cá meu bem - 1976
..... (Vicente Longo - Jota Jr.)
05 - Arthur & Galahad - A massa (A marcha do padeiro) - 1976
..... (Murano - Arga - Maxine)
06 - Chacrinha - Maria sapatão - 1980
..... (Roberto - Chacrinha - Don Carlos - Leleco)
07 - Joelma - Banana pra gente - 1984
..... (Elzo Augusto - Alemão)
08 - Raul Gil - Brasil sensacional - 1976
..... (Domingos Paulo - Raul Gil - Nunes - Jotagê)
09 - Gilberto Lima - Antes que seja tarde - 1976
..... (Belmiro Barrella - Roberto Amaral)
10 - Léo Romano - É fogo - 1971
..... (Hervê Cordovil - Adoniran Barbosa)
11 - Roberto Amaral - Liberdade - 1965
..... (Belmiro Barrella - Roberto Amaral)
12 - Clério Moraes - Gatinha manhosa - 1967
..... (Denis Lobo - Raul Sampaio - Benil Santos)
13 - Arthur Miranda - A marcha do Sujismundo - 1973
..... (Archimedes Messina)
14 - Carmélia Alves - A marcha do marinheiro - 1973
..... (Archimedes Messina - Belmiro Barrella)
15 - Hugo Santana - Mamãe tira o açúcar de mim - 1966
..... (Manoel Ferreira - A. Fonseca)
16 - José Ricardo - Caim - 1964
..... (José Messias)
17 - Homen de Mello (Zé Pinguinha) - Foi o João - 1964
..... (Zezinho - Homen de Mello)
18 - Zé Trindade - Maria manda brasa - 1965
..... (Zé Trindade - Waldir Ferreira - O. Trindade)
19 - Jacinto Figueira Junior - Tchau amore... tchau - 1967
..... (Tabu - A. Lopes)
20 - Nuno Roland - Tréco-trico-truco - 1969
..... (João Roberto Kelly - Nilo Viana)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O Carnaval de Carlos Gonzaga (Coletânea)

Coletânea reúne 15 marchinhas gravadas por Carlos Gonzaga desde os anos 1950

Pretendia, nesta terça-feira de carnaval, postar marchas de compactos do Carlos Gonzaga. Dei uma olhada no meu acervo e vi que tinha muitas gravações que baixei do SoulSeek e de outros blogs, como o Toque Musical. Decidi reunir tudo e montar esta coletânea que, infelizmente, não contempla todas as gravações deste pioneiro do rock para o carnaval. De qualquer forma, aqui estão presentes as mais representativas marchinhas do seu repertório, como o hoje clássico "Coração de jacaré". Confira:

01 - Coração de jacaré (1968)
02 - A marcha da cegonha (1970)
03 - Quizumba (1967)
04 - Vá quando quiser (1964)
05 - Você matou meu amor (1963)
06 - Lá vai ele (1965)
07 - Balão apagado (1963)
08 - Vou afogar a minha mágoa (1964)
09 - Tira mão do bolso (1959)
10 - Morango com peru (1957)
11 - A marcha do pino (1972)
12 - A marcha do general (1972)
13 - Lá vem o meu bloco (1970)
14 - Brasil maravilha (1973)
15 - A marcha do calor (1976)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Paulo Bob - Sou fã da Jovem Guarda (1967)

Postagem inclui compactos do Paulo Bob lançados para os carnavais de 1967 e 1968

Encerro a semana temática de carnaval com “Sou fã da Jovem Guarda”, interpretada por Paulo Bob para o Carnaval de 1967, certamente o ano com maior número de marchinhas com referências ao que acontecia na juventude brasileira por influência do programa comandado por Roberto Carlos na TV Record. A proposta desta semana foi resgatar marchinhas que trazem referências da época, como a minissaia e os cabelos compridos – uma ousadia para os padrões sociais conservadores do período – e a introdução de gírias, como “barra limpa”, “brasa”, “lenha” e o próprio movimento yê-yê-yê. O legal desta marchinha do Paulo Bob está no fato de incluir na letra os nomes do Roberto Carlos, Wanderley Cardoso e Wanderléa, principais ídolos da Jovem Guarda.

Mais uma vez, o Dicionário Cravo Albin da MPB é a referência para comentarmos sobre o intérprete, que iniciou a carreira artística no começo da década de 1950. Em 1953, gravou pela Sinter o fox "Ai, Maria", de Ari Monteiro e Adelino M. de Castro, e a valsa "Rodeio", de Miguel Lima e R. de Souza. Quatro anos depois foi contratado pela gravadora Todamérica e, em 1964, participou da coletânea carnavalesca "Carnaval é nosso", da gravadora Entré/CBS, na qual estiveram também nomes como os Risadinha, Alcides Gerardi, Ari Cordovil, Emilinha Borba, e outros, cantando a marcha "Fui no Tororó", de Aloísio Marins e A. Montenegro. Nesse período, inúmeros artistas sem maiores espaços nas gravadoras, e num momento em que a música de carnaval dava indícios de decadência, participaram de coletâneas onde lançavam marchinhas carnavalescas. Paulo Bob esteve presente em mais de dez coletâneas para o carnaval.

Depois de algum tempo sem gravar, voltou ao disco no início dos anos 1980. Em 1982, por exemplo, gravou a toada "Ciganinha", do compositor Horizonte, e a balada "Distância (Ela está tão longe)", de Rossini Pinto, e que fizeram parte do LP "Os guardiões da música sertaneja", da gravadora Chantecler. Em 1993, participou do LP "Canto da terra - VOL. 10" do selo Canto da Terra, cantando "Sai do meu caminho", de Luis Geraldo e Rafael Treiger. Em 1994, lançou pelo selo Canto da Terra o LP "Mocinho brasileiro". São as últimas informações sobre sua carreira marcada por muitos registros para o carnaval, como os dois compactos desta postagem:

01 – Sou fã da Jovem Guarda – 1966
..... (Luiz de França - Wilson Baptista - Barbosa da Silva)
02 – Carnaval brasileiro – 1966
..... (Anicio Bichara)
03 – É a vez do bobo – 1967
..... (Anicio Bichara - José Messias)
04 – Quem diria – 1967
..... (B. Barbosa - L. Peres)

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Waldemar Roberto - Yê yê yê no Carnaval (1967)

"Papo furado", antônimo de "papo firme", deu o tom da marcha do cantor Waldemar Roberto

Waldemar Roberto. Alguém conhece?
Pois ele gravou para o carnaval de 1967 um compacto simples pela Fermata com duas marchas que se adequam a nossa semana temática de carnaval: “Papo furado”, antônimo de “papo firme”, e “Yê yê yê no Carnaval” (Marcha yê-yê-yê). Fiz uma pesquisa na Internet pra descobrir algo sobre o intérprete. Encontrei as fotos de um LP lançado pela Chantecler e de um single (na foto ao lado) produzido pela RGE a venda no Mercado Livre. A única referência relacionada a um Valdemar Roberto, com “V”, está no Dicionário Cravo Albin da MPB. O cantor estreou em disco em 1953, gravando na Sinter os sambas "Nosso destino" e "Conselho de amigo", de Oscar Gomes Cárdia, sendo que no ano seguinte dividiu um disco com Grande Otelo, no qual interpretou o samba "É tarde demais...". A nota prossegue com discos gravados por Valdemar Roberto até 1964.

01 – Papo furado
..... (Jayme Janeiro – Mário Eduardo)
02 – Yê yê yê no carnaval (Marcha yê-yê-yê)
..... (Mário Eduardo – Jayme Janeiro)

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Mário Augusto - Menina de minissaia (Single 1966)

Mário Augusto fez sucesso no carnaval de 1962 com a marcha "Desfolhei a margarida"

Mário Augusto é um exemplo de cantor que fez sucesso no início dos anos 1960, registrou seu nome entre os pioneiros do rock brasileiro e hoje é desconhecido do grande público. Em 1966, ele gravou a marchinha “Menina de minissaia”, de Oiram Santos, J.Sacomani e Elzo Augusto no single com o samba “Eu quero ver”, de João Roberto Kelly e David Nasser, no outro lado do disco, bem de acordo com esta semana temática de carnaval. Aproveitei a oportunidade para incluir mais dois raros compactos do Mário Augusto: o primeiro, de 1962, com acompanhamento do The Jordans, traz o sucesso “Vai ser bom”, uma versão de Sérgio Freitas para “Ca serait beau”, de Gerard e Richard Anthony, e “Viva Maria”, versão de Wilson Brasil para o original de Georges Delerue, Leroy Holmes e Noel Shermann. O segundo, lançado em 1968, contém as músicas “Cala meu amor”, de Osmar Navarro, falecido recentemente, e “Botãozinho de rosa”, de Oiram Santos e Dias.

De estilo variado, gravou diversos rocks, twists e baladas no final dos anos 1950 e início dos anos 1960. Fez muito sucesso com músicas como “Amor de Terezinha”, “O twist é bom”, “Adão e Eva”, “Viajando com meu amor” e outras, como a marcha “Desfolhei a margarida”, clássico do carnaval de 1962. Fiz uma pesquisa na Internet e nada encontrei sobre o cantor, salvo uma nota no Dicionário Cravo Albin da MPB, segundo o qual Mário Augusto estreou em discos na Odeon em 1958 com o rock calipso "Claudette", de Roy Orbison, em versão de Fred Jorge, e o samba canção "Não sei", de sua autoria. A nota prossegue com a relação de alguns discos gravados, como o rock balada "Grande amor", de Mário Vieira e Armando Castro, em 1959, na Odeon, e o rock "Dia triste", de Don Gibson e Oiram Santos, sua estreia na Copacabana. Se você tiver mais informações, principalmente no que diz respeito a carreira do cantor, agradeço muito se puder redigi-las no “Comentários”. Vamos a postagem:

01 - Vai ser bom (Ca serait beau) – com The Jordans - 1962
..... (Gerard - Richard Anthony – vs: Sérgio Freitas)
02 - Viva Maria - com The Jordans - 1962
..... (Georges Delerue - Leroy Holmes - Noel Shermann – vs: Wilson Brasil)
03 - Menina de minissaia – 1966
….. (Oiram Santos - J.Sacomani - Elzo Augusto)
04 - Eu quero ver – 1966
..... (João Roberto Kelly - David Nasser)
05 - Cala meu amor – 1968
..... (Osmar Navarro)
06 - Botãozinho de rosa - 1968
..... (Oiram Santos – Dias)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Wilson Roberto - Minissaia (Carnaval 1970)

Wilson Roberto canta Minissaia e homenageia Silvio Santos com A marcha do peru que fala

Segue mais um compacto de marchas carnavalescas que trazem referências a Jovem Guarda e indicam o período em que foram gravadas. Desta vez, o disco é do desconhecido Wilson Roberto, que lançou em 1969 pela Som Maior as marchinhas “A marcha do peru que fala” e “Minissaia”. A primeira é uma homenagem a Silvio Santos. Para quem não sabe, o dono do SBT era conhecido como o “Peru que fala” no início profissional, nos anos 1960. Reza a lenda que o apresentador, muito tímido, ficava “vermelho feito peru” quando falava diante do microfone, daí o apelido que caiu em desuso com o aprimoramento profissional do homem do baú. Já a marchinha “Minissaia”, como o próprio título informa, destaca a peça que passou a ocupar espaço no guarda-roupa das garotas a partir da Jovem Guarda. “De minissaia transparente, decotada/ Daqui a pouco a mulher não veste nada”, profetizava a letra em 1969.

Fiz uma pesquisa na web para descobrir algo a respeito do intérprete Wilson Roberto. A única referência, no Dicionário Cravo Albin da MPB, cita um homônimo que estreou em discos em 1945, quando gravou na Continental - com acompanhamento de Rago e seu conjunto - a marcha "Quero bis", de Valdomiro Lobo, e o samba "Maestro atenda o pedido", de Rômulo Paes e Valdomiro Lobo. Vários outros discos são citados até 1963, quando lançou pela Philips o samba-canção "Meu amanhã não é mais seu", de Dora Lopes, e a balada "Eu que amo só você", uma versão de Fred Jorge para "Io que amo solo te", sucesso do italiano Sérgio Endrigo. Pouco depois, já com a carreira em declínio, lançou pelo selo RMS os sambas "Gimba", de Jorge Koszas e Gianfrancesco Guarniri, e "Céu brasileiro", de Odovaldo Migliano. A discografia desse Wilson Roberto não consta este compacto simples. O dicionário encerra informando que, mesmo sem ser dos mais renomados cantores de sua geração, lançou 36 discos pelas gravadoras Continental, Odeon, RCA Victor, Philips e Polydor. Seria o mesmo? Confira:

01 - A marcha do peru que fala
..... (A. Borba)
02 - Minissaia
..... (A. Borba - E. Borges)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Marlene - Bonequinha yê-yê-yê (Carnaval 1968)

Marlene é uma veterana do carnaval e fez história na época de ouro do rádio brasileiro

O compacto de hoje é da Marlene, uma veterana dos carnavais, que em 1967 gravou a marchinha “Bonequinha yê-yê-yê” em pleno embalo da Jovem Guarda. No lado B do disco, a cantora interpreta o samba “Fantasia de arlequim”, uma obscura e bonita gravação da paulista Victória Bonaiutti, seu nome de batismo. Ela nasceu em 22 de novembro de 1924 e foi casada com o ator Luís Delfino. A cantora e atriz, junto com Emilinha Borba, foi um dos maiores mitos do rádio brasileiro em sua época de ouro. Segundo o Wikipedia, sua popularidade nacional também resultou em convites para o cinema (onze filmes depois de Corações sem Piloto, de 1944) e para o teatro (cinco peças após Depois do Casamento, em 1952), tendo também trabalhado em cinco revistas depois de Deixa Que Eu Chuto (1950).

Suas atividades internacionais incluíam turnês pelo Uruguai, Argentina, Estados Unidos (onde se apresentou no Waldorf-Astoria Hotel e em Chicago) e França (apresentando-se por quatro meses e meio no Teatro Olympia em Paris, a convite de Édith Piaf, que a vira no Copacabana Palace, no Rio). Começou a carreira em 1943, cercada pela desaprovação por parte da família, quando partiu para o Rio de Janeiro, onde, após ser aprovada no teste com Vicente Paiva, passou a cantar no Cassino Icaraí, em Niterói. Também se apresentou no Cassino da Urca, Boate Casablanca, Copacabana Palace e passou a atuar também na Rádio Mayrink Veiga e na Rádio Globo. Nesse ínterim, já se tinha dado sua estreia no disco, pela Odeon, em meados de 1946, com as gravações dos sambas "Suingue no morro" (Amado Régis e Felisberto Martins) e "Ginga, ginga, moreno" (João de Deus e Hélio Nascimento).

Foi no carnaval do ano seguinte que Marlene emplacou seu primeiro sucesso, a marchinha ”Coitadinho do papai” (Henrique de Almeida e M. Garcez), em companhia dos Vocalistas Tropicais, campeã do concurso oficial de músicas carnavalescas da Prefeitura do Distrito Federal. E foi cantando esta música que ela estreou no programa César de Alencar, na Rádio Nacional, com grande sucesso, em 1948. Marlene se tornaria uma das maiores estrelas da emissora, recebendo o slogan "Ela que canta e dança diferente". Em 1949, foi eleita Rainha do Rádio com 529.982 votos. Ademilde Fonseca ficou em segundo lugar, e Emilinha Borba, dada como vencedora desde o início do concurso, ficou em terceiro. Desse modo, originou-se a famosa rivalidade entre os fãs de Marlene e Emilinha, uma rivalidade que, de fato, devia muito ao marketing e que contribuiu expressivamente para a popularidade espantosa de ambas as cantoras pelo país, principalmente durante o carnaval. Confira:

01 – Bonequinha yê-yê-yê
..... (João Roberto Kelly)
02 – Fantasia de arlequim
..... (Paulo Soledade – Augusto Mello Pinto)


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Titulares do Ritmo - Bloco yê-yê-yê (Carnaval 1967)

Outro lado do disco traz o radialista Moraes Sarmento cantando "Vovozinha minissaia"

Vai passando o bloco yê-yê-yê/ Que onda legal/ Boca de sino, cabelo comprido e bota no pé/ Largando brasa neste carnaval”... E assim prossegue a marchinha “Bloco yê-yê-yê”, interpretada pelos Titulares do Ritmo, que traz em sua letra outras referências da época, como o “calhambeque que só vai na contramão” e o “ladrão que leva o coração dependurado no cordão”, citações de sucessos do Roberto Carlos na época. O outro lado do disco traz o radialista e apresentador Moraes Sarmento (14/12/1922 – 22/03/1998), muito respeitado pelo seu histórico de 60 anos de carreira, que também embarca na “onda” da Jovem Guarda com sua marcha “Vovozinha minissaia”.

Os Titulares do Ritmo foram formados em 1941, quando seus seis componentes ainda ginasianos e todos cegos, se conheceram no instituto São Rafael, em Belo Horizonte (MG). O conjunto estreou na Rádio Inconfidência dessa cidade. Contratado pela emissora, seguiu em 1948 para a capital paulista, estreando na Rádio Gazeta e alcançando grande sucesso na década de 1950, quando atuou na Rádio Bandeirantes. Foram vários sucessos entre sambas, toadas, marchas, fox-trot, baião, com mais de dezesseis LPs gravados entre os quais "Bando da Lua", "Jóias Musicais", "Concerto de Música Popular", "Os Fabulosos Titulares do Ritmo", tendo ainda dois programas exclusivos, um na rádio Tupi e outro na Record. Ainda, por volta dos anos 1960 gravaram três LPs com o nome de The Playings interpretando covers de sucessos americanos.

Rubens Moraes Sarmento é o nome de batismo do radialista e apresentador. Começou a sua atividade no rádio com 15 anos, patrocinado pelo também radialista Roberto Corte Real. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas, Rádio Cultura em São Paulo, esteve também na Rádio Cosmos, Rádio Tupi, Rádio Bandeirantes, Rádio São Paulo, TV Bandeirantes, TV Record, TV Cultura e Rádio Capital. Tinha estilo: solto, despachado, sincero e defensor ferrenho das verdadeiras raízes musicais brasileiras. Transformou-se num marco do rádio e mais tarde da nossa TV. Fundou a Federação das Escolas de São Paulo. Recebeu inúmeras honrarias como a Medalha do Instituto de História e Geografia, a Comenda Marechal Rondon e Cônsul Magalhães, pelas campanhas que fazia de preservação da música de raízes autênticas do Brasil. O programa "Viola Minha Viola", na TV Cultura, foi um grande sucesso, principalmente por suas viagens por todo o interior. Esteve no ar por 60 anos ininterruptos e, como se vê, também deixou seu registro no disco. Confira:

01 - Moraes Sarmento - Vovozinha minissaia
..... (Domingos Paulo - Clodoaldo José Salles)
02 - Títulares do Ritmo - Bloco yê-yê-yê
..... (Gefranco - Nascim Filho)
Com acompanhamento da orquestra e coro de Salgado Filho

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Antonio Aguillar: Largando brasa (Carnaval 1967)

Single de 1966 também traz Jacinto Figueira cantando "O homem do sapato Branco"

A “onda” de apresentadores e locutores de rádio e TV que se aventuravam a cantar foi predominante ao longo dos anos 1960, notadamente na época do Carnaval, onde os dotes vocais dos intérpretes não eram tão exigidos. Um exemplo é este single, com dois profissionais de comunicação: o saudoso Jacinto Figueira Junior, conhecido por "O homem do sapato branco" (1927 – 2005), e o radialista Antonio Aguillar, ainda na ativa, que é o motivo desta postagem. Ele gravou, no final de 1966, a marchinha “Largando brasa” para o Carnaval de 1967, com os ingredientes dos posts previstos para esta semana temática do yê-yê-yê: “Eu vou na onda do yê-yê-yê/ Vou largando brasa/Comigo é pra valer”, diz a marchinha. No outro lado do disco, Jacinto Figueira também denuncia o período em que gravou “O homem do sapato branco”, pois aconteceu na fase em que comandava um programa de rádio e outro de TV, ambos com altos índices de audiência.

Antonio Aguillar, nasceu em São José do Rio Preto, em 18 de outubro de 1929. Começou a trabalhar como balconista e datilógrafo. Posteriormente se dedicou a fotografia e chegou a trabalhar no jornal O Estado de São Paulo. Já exibiu suas fotos em várias exposições. No rádio, Aguilar trabalhou inicialmente na Rádio 9 de Julho. Um ano depois já estava na Rádio Excelsior de São Paulo (CBN hoje) como locutor comercial. Depois passou para a Rádio Nacional de São Paulo com o programa "Ritmos para a Juventude", onde lançou muitos nomes dentro do movimento da música jovem. Aguillar sempre foi um grande defensor do rock n' roll e lançou as bandas The Jordans, The Jet Blacks, The Clevers (que depois passou a se chamar Os Incríveis), The Flyers e os cantores Sérgio Reis, Os Vips, Dick Danello, Tony Bizarro, René Dantas, Jean Carlo, George Freedman e alavancou a carreira artística do Rei Roberto Carlos, ao recebê-lo de Chacrinha que o trouxe do Rio para se apresentar em seu programa.

Jacinto Figueira Júnior, segundo o Wikipedia, começou a carreira artística nos anos 1950 com sua banda country "Junior e seus Cowboys", mas só ingressou na TV em 1963, com o programa "Fato em Foco", transmitido pela TV Cultura e um ano depois com "Câmera Indiscreta", na mesma emissora. Ainda passou pela Rádio Nacional de São Paulo (atual Rádio Globo) nos anos 1960 e 1970. Mas o que levou a se tornar conhecido foi seu programa "O Homem do Sapato Branco", que criou em 1966 pela Globo, que passou para a Televisão e logo foi interrompido devido a problemas com a ditadura militar. Depois retornaria já nos anos 80, sendo transmitido pelas emissoras Bandeirantes, Globo, Record e SBT. Costumava entrevistar seus convidados usando um sapato branco, que sempre era focalizado pelas câmeras. Foi o introdutor do estilo "mundo cão" na televisão brasileira. Ele trazia para o palco casais com problemas e que chegavam a brigar na frente das câmeras. A transmissão de programas policiais de apelo popular fez escola e foi adotado ainda nos anos 80 e continua até hoje, com apresentadores como Márcia Goldschmidt, Ratinho, José Luiz Datena e outros.

01 - Jacinto Figueira Junior - O homem do sapato branco
..... (B. Lobo)
02 - Antonio Aguillar - Largando brasa
..... (Antonio Aguillar - M.J.Pereira)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Silvio Santos - Menina barra limpa (Carnaval 1967)

Silvio Santos canta "Menina Barra limpa" e participa em 1968 de fotonovela com Wanderléa

Costuma-se dizer que a música retrata a sociedade de uma época. Os indícios estão na letra, na postura da voz, no ritmo, nos instrumentos usados e numa série de detalhes que nem notamos. A Jovem Guarda, como todos sabem, mudou o comportamento da sociedade brasileira, quebrando alguns tabus como o uso da minissaia pelas garotas e cabelos compridos pelos rapazes. A maneira de falar também mudou porque gírias e expressões como “carango”, “brasa”, “pão” (rapaz bonito), “lenha”, “barra limpa” e outras foram incorporadas no vocabulário da garotada durante o período.

Foi pensando nisso que decidi, ao longo desta semana do Carnaval, postar compactos cujas letras retratam o período do yê-yê-yê. Acredito que as marchinhas carnavalescas são, entre todos os estilos existentes, as que mais traduzem o que acontece na sociedade. Quer um exemplo recente? A falsa grávida de quadrigêmeos, lá de Taubaté, no interior de São Paulo, já virou tema de marchinha e a fantasia com a qual disfarçou promete “arrombar” os bailes carnavalescos.
Assim, pra esta semana temática, nada como iniciar com o Silvio Santos. Ele interpreta “Menina barra limpa”, lançada para o Carnaval de 1967, conforme revela o selo do disco da Musicorde. Isso significa que foi gravada no final do ano anterior, como era hábito, para que as pessoas decorassem a marchinha até o Carnaval. Isso era fácil porque os meios de comunicação tinham o hábito de executar as marchinhas antes dos festejos de Momo. Também era comum assistir os intérpretes nos programas de TV. O hábito acabou, as gravadoras se desinteressaram pelo filão - que em passado mais remoto incluía até marchinhas juninas - e a predominância hoje, nos bailes carnavalescos, é das canções de sempre do passado.

A marcha “Menina barra limpa”, de Celso Flavio e Danton Casanova, com acompanhamento de Salgado Filho com sua orquestra e coro, traz em sua letra todos os indícios da época. Citações como “brasa”, “yê-yê-yê”, “mini-saia”, “é uma lenha, mora” e “barra limpa” estão na marchinha. O interessante é que o outro lado do disco (veja foto acima), interpretado pela desconhecida Janete Soares, segue a mesma linha, apesar de não apresentar referência sobre a Jovem Guarda. A marchinha “Passaram sal em mim” é, digamos assim, uma resposta a “Mamãe passou açúcar em mim”, de Carlos Imperial, grande sucesso do Wilson Simonal. Este single, portanto, reúne duas marchinhas que, numa rápida leitura da letra, já identificamos o período em que foi gravada. Confira:

01 – Silvio Santos – Menina barra limpa
..... (Celso Flavio e Danton Casanova)
02 – Janete Soares – Passaram sal em mim
..... (Alberto Roy – Janete Soares)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Tom e Dito - Badalação (EP Tapecar 1972)

Maior hit da dupla foi "Tamanco malandrinho", do festival promovido em 1974 pela TV Globo

Quem viveu os anos 1970 deve se lembrar da música “Tamanco malandrinho”, sucesso de 1974 da dupla baiana Tom e Dito. Eu a conheci em 1972 devido ao sucesso do frevo “Badalação” – gravada pelo MPB-4 , Wanderléa, Célia e outros. Sempre achei que um dia conseguiria baixar num blog ou no SoulSeek a versão original com os seus autores, e durante anos a minha procura foi infrutífera. Consegui, sim, baixar LPs da dupla, fáceis de encontrar, assim como “Badalação” na voz de outros intérpretes, mas o registro com os autores se tornou pérola rara.

Finalmente a encontrei neste compacto duplo, comprado no Mercado Livre, com outra pérola – “Terra de amor”, uma homenagem a São Paulo. A julgar pelo ano (1972) do lançamento – um ano após o primeiro LP da dupla – tudo leva a crer que os cantores viviam em período de prestação de tributos. É só contemplar a ilustração do Cristo Redentor na capa desse primeiro álbum que traz o título “Obrigado Corcovado” (veja foto ao lado). Duas músicas deste LP – “Sem porto pra chegar” e “Madrugada” – complementam o repertório deste excelente EP lançado pela Tapecar.

Não foi difícil encontrar o disco. Descobri que o grande mistério na Internet é descobrir o nome de batismo do Dito, pois nada se encontra a respeito. Com perdão pelo trocadilho, o nome do músico fica, literalmente, o dito pelo não dito. Todas as referências que encontrei na Internet traz o texto do Dicionário Cravo Albim como referência, no qual informa que Tom chama-se Antonio Carlos dos Santos Pereira, e nasceu em 3 de dezembro de 1947 na capital baiana. O dicionário informa que a dupla teve o primeiro disco produzido pela dupla de compositores e conterrâneos, Antonio Carlos e Jocafi. Em 1974, após a passagem pela Tapecar, a dupla lançou o seu segundo LP, "Se mandar m'imbora eu fico", pela gravadora Som Livre. Neste disco, interpretaram "Brinco de ouro", "Promessa e confissão" e "Solidão", entre outras composições. Ainda neste trabalho, surgiu o primeiro sucesso nacional da dupla, "Tamanco malandrinho", uma das classificadas do festival da Globo.

No ano de 1976, gravaram pela Continental o disco "Revertério", no qual incluíram "Cretina" e "Divã", parceria da dupla com Vevé Calasans, além de outras composições da dupla, como "Bolero", "Incluso", "Hortelã" e "Moça bonita". No ano seguinte, gravaram pela Continental o disco "Tom & Dito", no qual interpretaram "A pomba e o gavião", "Luz do sol", "Música no ar" e "Até o sol raiar", entre outras parcerias de ambos. Ainda neste LP, gravaram "Ao sul do teu corpo" (Tom, Dito e Vevé Calasans) e "Arquitetura" (Tom, Dito e Zilmérico Ribeiro). Neste mesmo ano de 1977, Alcione interpretou "Não chore não" (parceria da dupla). Em 1981, lançaram pela Copacabana Discos o LP "Tom e Dito", no qual interpretaram "Tudo", de Adilson Xavier. Neste mesmo disco, incluíram várias composições da dupla, como "San Salvador", "Tua mulher" e "Frevo frenético", entre outras. Pouco tempo depois, a dupla se desfez, deixando aos fãs bons discos como este compacto. Confira:

01 - Terra de amor
..... (Tom e Dito)
02 – Sem porto pra chegar
..... (Dito – Bárbara Machado)
03 – Badalação
..... (Tom – Dito – Nonato Buzar)
04 - Madrugada
..... (Tom e Dito)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Diversos artistas - Jovem Guarda Obscura - Vol.2

Seleção inclui artistas que tiveram êxito nos anos 70, como Evaldo Braga e Milton Carlos

Ao contrário do primeiro volume, que trouxe nomes desconhecidos do grande público, este segundo da série "Jovem Guarda Obscura" contempla alguns artistas que obtiveram sucesso nos anos 1970, como são os casos do Almir Ricardi, Evaldo Braga e Milton Carlos, mas nos 1960 eram praticamente desconhecidos. O repertório também traz algumas curiosidades, como são as versões em português de hits internacionais: Benony surpreende com "Dia de sonho", versão de "Daydream", da banda Wallace Collection, enquanto Cristiano e Ronaldo Rocha fazem, respectivamente, o que podem em "Um novo amanhecer" ("Another day"), sucesso do Paul McCartney, e "Mamy blue", hit do Ricky Shayne.

Outras versões interessantes são "Jamais", com Mário Cesar, e "Amor azul", com Leny Caldeira, também gravadas com letras diferentes por Giane ("Não saberás") e Celly Campello ("O amor é azul"). E se você quer comparar músicas conhecidas, mas com outros intérpretes, a seleção apresenta "Viu" (gravada originalmente pela Adriana), "Não me procures" (Martinha) e "Deixa-me chorar" (gravadas pelo autor Nenéo, Wanderley Cardoso e Martinha) nas vozes de Almir Ricardi, Vera e Leonardo, respectivamente. Outros destaques são Roberta, Luiz Keller (autor da versão de "Pare o casamento") e as duplas Sérgio e Cobel (que interpretam música de autoria do trio Raul Seixas, Leno e Rossini Pinto) e Fábio e Lucinha, que se revelam covers à altura do Leno & Lilian. Confira:

01 - Benony - Dia de sonho (Daydream) - 1970
..... (R.Vincewnt - S.Van Holmen - D.Mackay - vs: Alexandre Cirus)
02 - Cristiano - Um novo amanhecer (Another day) - 1970
..... (Paul McCartney - vs: Fred Jorge)
03 - Ronaldo Rocha - Mamy blue - 1972
..... (Hubert Geraud - vs: Fred Jorge)
04 - Mário Cesar - Jamais (N'Avoue Jamais) - 1965
..... (F. Dorin - G. Mardel - vs: Almeida Rego)
05 - Leny Caldeira - Amor azul (Love is blue) - 1968
..... (A.Popp - P. Cour - vs: Fred Jorge)
06 - Almir Ricardi - Viu - 1969
..... (Carleba - Cury)
07 - Vera - Não me procures - 1970
..... (Martinha)
08 - Leonardo - Deixa-me chorar - 1968
..... (Nenéo)
09 - Fernando Reis - Vem não te demores - Sem data
..... (Fernando Reis - Siros)
10 - Almir Saint-Clair - Como ninguém te amou - 1968
..... (Getúlio Macedo)
11 - Roberta - Boneca linda - 1967
..... (Vitor Escobar)
12 - Evaldo Braga - Não importa - 1969
..... (Evaldo Braga - Carmen Lúcia)
13 - Milton Carlos - Até quando? - 1969
..... (Marcos Roberto - Dori Edson)
14 - Fabio e Lucinha - Eu preciso de você (All I ever need is you) - 1972
..... (Eddie Reeves - Jimmy Holiday - vs: Pedro Paulo)
15 - Maryland - Tudo que eu tenho de mais puro - 1969
..... (Francisco Xavier - Jair Noronha)
16 - Sérgio e Cobel - Não consigo te esquecer - 1970
..... (Raulzito - Leno - Rossini Pinto)
17 - Edilaine - Não desligue meu bem - 1970
..... (Cury)
18 - Luiz Keller - Tenho raiva de mim por gostar de você - 1968
..... (Luiz Keller)
19 - Kleber e Norma Suely - Juanita banana - 1966
..... (T. Howard - M. Kenton)
20 - Humberto Garin - A banda borracha (La banda borracha) - 1966
..... (Rafael Sanches - vs: Robert Livi)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Maritza Fabiani - Singles de 1965, 1966 e 1969

Kris, da dupla com Cristina, fez sucesso como Maritza Fabiani durante os anos 1960

Depois da Kris e Cristina, nada como postar os três compactos que possuo da Kris na época em que era Maritza Fabiani. Gravou cerca de 10 singles, mas o post apresenta os que considero representativos. O disco de 1965, lançado pela Continental, com "Ola-la" na face A e "Pra Vigo eu vou" na B (tudo indica que é acompanhada pelo "The Clevers", futuro Os Incríveis), é o primeiro da carreira. O de 1966, gravado na Polydor, se destaca pelo acompanhamento do "The Brazilian Bitles", enquanto o terceiro - de 1969 pela CBS - o destaque fica para os autores: Luiz Ayrão ("O que foi que eu fiz a você"), Antonio Marcos e Mário Marcos ("Eu tenho um segredo").

A cantora nasceu em Pelotas (RS), no dia 17 de janeiro de 1950, e fez sucesso na época da Jovem Guarda. Filha de pai militar da Marinha e mãe atriz, Maritza Fabiani cresceu entre o Rio de Janeiro e Curitiba, onde iniciou sua carreira artística. Criança prodígio, aos 10 anos já fazia mímicas na TV Paraná (Canal 12) e passou a apresentar o programa ‘Petit Show’, que incluia mímica, teatro e música. Aos 12 anos, já no Rio de Janeiro, depois de convencer Jair Taumaturgo com uma mímica perfeita de "Datemi un martelo", de Rita Pavone, estreou na TV Rio.

Foi o passo decisivo para gravar o primeiro disco em 1965 na Continental (e não na Philips/Polydor, como consta na maior parte dos textos sobre a cantora). Mas foi em 1966 - agora sim, nessa gravadora - que obteve o seu maior sucesso com a gravação de "Não me deixe só", versão de Paulo César Barros para "I only want to be with you", gravada pela cantora inglesa Dusty Springfield. Lá, ainda gravou o compacto com "Bang Bang” e “Society em brasa" (a primeira versão para o clássico de Sonny Bono, e a segunda original de Fábio Block, dos Brazilian Bitles). Uma das curiosidades da sua discografia é a obscura versão de "Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones", também acompanhada pela banda The Brazilian Bitles.

No entanto, como a linha editorial da gravadora, naquele momento, apostava mais na MPB e nos tropicalistas, ela tratou de mudar-se em 1968 para a CBS, a "casa" da Jovem Guarda. Lá, segundo Maritza, o tecladista Lafayette, emprestou seu clássico teclado para a canção "Quero ter você perto de mim", lançada junto com "Castigo". Aos 20 anos, após gravar em 1970 um single produzido por Durval Ferreira na CID, decidiu parar. Abandonou a carreira iniciada ainda na infância e dedicou-se aos estudos, com o objetivo de formar-se em psicologia, profissão que, atualmente, é a sua principal atividade. Retomou a carreira em 1972 quando formou com a irmã Cristina, a dupla Kris & Cristina, e estourou no país com o tema de abertura da novela ‘Uma rosa com amor’, de Antônio Carlos e Jocafi.

01 - Ola-lá
..... (Dixon - Jones - Smith - vs: Paulo Rogério)
02 - Pra Vigo eu vou
..... (Ernesto Lecuona - vs: Patricia Fabiani)
03 - Bang Bang
..... (Sonny Bono - vs: Carlos Wallace)
04 - Society em brasa
..... (Fábio Block)
05 - Eu tenho um segredo
..... (Antonio Marcos - Mário Marcos)
06 - O que foi que eu fiz a você
..... (Luiz Ayrão)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Kris e Cristina - Chá cutuba (Single 1975)

As irmãs Kris (Maritza Fabiani) e Cristina cantaram em quadros do programa Chico City

Estou com tempo reduzido para me dedicar ao blog. Mas vamos ao que interessa, a postagem deste compacto simples da Kris e Cristina atende ao pedido do amigo Aderaldo, lá da comunidade MC & JG. Trata-se de um single que estava na lista de futuras postagens, mas decidi antecipá-la aqui, e não no fórum da comunidade. Lá, procuro agir como mais um integrante do grupo, e não acho legal tomar a iniciativa de divulgar ou comentar sobre o blog. Aqui é outro espaço, onde sinto-me confortável em citar alguns nomes, informações e até postagens dos amigos da MC & JG.

A dupla Kris e Cristina surgiu em 1972, e fez grande sucesso com o tema de abertura da novela ‘Uma rosa com amor’, de Antônio Carlos e Jocafi. Kris, antes de formar a dupla com a irmã, atuou durante a Jovem Guarda como Maritza Fabiani. Deixou a carreira durante dois ou três anos para se dedicar ao estudo. A dupla se integrou ao nascente programa Chico City, de Chico Anísio, então ao vivo, onde cantavam o tema de abertura. Além disso, elas participam do LP gravado por Chico Anísio, cantando e fazendo backing vocals em diversas canções. Atualmente Martiza Fabiani atua como psicóloga, apresentando-se esporadicamente para amigos.

01 - Cha cutuba
..... (Humberto Teixeira)
02 - Como tem Zé na Paraíba
..... (Catulo de Paula - Manézinho Araújo)