Silvio Santos canta "Menina Barra limpa" e participa em 1968 de fotonovela com Wanderléa
Costuma-se dizer que a música retrata a sociedade de uma época. Os indícios estão na letra, na postura da voz, no ritmo, nos instrumentos usados e numa série de detalhes que nem notamos. A Jovem Guarda, como todos sabem, mudou o comportamento da sociedade brasileira, quebrando alguns tabus como o uso da minissaia pelas garotas e cabelos compridos pelos rapazes. A maneira de falar também mudou porque gírias e expressões como “carango”, “brasa”, “pão” (rapaz bonito), “lenha”, “barra limpa” e outras foram incorporadas no vocabulário da garotada durante o período.
Foi pensando nisso que decidi, ao longo desta semana do Carnaval, postar compactos cujas letras retratam o período do yê-yê-yê. Acredito que as marchinhas carnavalescas são, entre todos os estilos existentes, as que mais traduzem o que acontece na sociedade. Quer um exemplo recente? A falsa grávida de quadrigêmeos, lá de Taubaté, no interior de São Paulo, já virou tema de marchinha e a fantasia com a qual disfarçou promete “arrombar” os bailes carnavalescos.
Assim, pra esta semana temática, nada como iniciar com o Silvio Santos. Ele interpreta “Menina barra limpa”, lançada para o Carnaval de 1967, conforme revela o selo do disco da Musicorde. Isso significa que foi gravada no final do ano anterior, como era hábito, para que as pessoas decorassem a marchinha até o Carnaval. Isso era fácil porque os meios de comunicação tinham o hábito de executar as marchinhas antes dos festejos de Momo. Também era comum assistir os intérpretes nos programas de TV. O hábito acabou, as gravadoras se desinteressaram pelo filão - que em passado mais remoto incluía até marchinhas juninas - e a predominância hoje, nos bailes carnavalescos, é das canções de sempre do passado.
A marcha “Menina barra limpa”, de Celso Flavio e Danton Casanova, com acompanhamento de Salgado Filho com sua orquestra e coro, traz em sua letra todos os indícios da época. Citações como “brasa”, “yê-yê-yê”, “mini-saia”, “é uma lenha, mora” e “barra limpa” estão na marchinha. O interessante é que o outro lado do disco (veja foto acima), interpretado pela desconhecida Janete Soares, segue a mesma linha, apesar de não apresentar referência sobre a Jovem Guarda. A marchinha “Passaram sal em mim” é, digamos assim, uma resposta a “Mamãe passou açúcar em mim”, de Carlos Imperial, grande sucesso do Wilson Simonal. Este single, portanto, reúne duas marchinhas que, numa rápida leitura da letra, já identificamos o período em que foi gravada. Confira:
01 – Silvio Santos – Menina barra limpa
..... (Celso Flavio e Danton Casanova)
02 – Janete Soares – Passaram sal em mim
..... (Alberto Roy – Janete Soares)
http://www.4shared.com/rar/xoCnRxkQ/197_-_SS.html
ResponderExcluirChico, eu sou o Rafael, da MC & JG. Muito obrigado pelas raridades que você sempre posta por aqui. Te enviei 2 e-mails desde sexta e você não os respondeu. Te enviei uma mensagem pelo Orkut lhe avisando sobre isso, mas você nem respondeu a ela. Poderia, por favor, me responder? Ainda estou no aguardo de um contato seu pelo meu endereço de e-mail. Abraço.
ResponderExcluirRafael, eu já lhe respondi. Desculpe pela demora. Abs.
ExcluirChico, para qual e-mail você enviou a resposta? Não recebi nada. Mande para esse e-mail rafaelmoliv@gmail.com
ResponderExcluirAlguém poderia postar um link para download desse compacto ou me enviar no e-mail rafaelmolive@gmail.com
ResponderExcluirDesde já agradeço!