Primeiro disco de Geraldo Vandré gravado no exílio
Capa original, branca como disco dos The Beatles
Aviso aos navegantes: não baixe este disco se você espera ouvir áudio de boa qualidade. É um single para fãs e colecionadores, pois as duas faixas estão com chiados, certamente extraídas de um compacto pra lá de detonado, que baixei por meio de um link que havia no blog argentino “Los que no se consiguen”, hoje fora do ar. O arquivo só trazia as duas faixas e a reprodução de imagens dos lados A e B deste single. Consegui recentemente a capa e contracapa, predominantemente brancas, do disco original, que estão na pasta. No blog, pra efeito de ilustração, posto a capa genérica (com a foto do artista) e a original, toda branca.
Trata-se de um disco raro, inédito no Brasil, em que Geraldo Vandré canta, em espanhol, a versão de “Caminhando” (Pra não dizer que não falei das flores) e “Desacordonar”, canção que – de acordo com pesquisa na Internet - foi composta no Chile e com a qual venceu um concurso naquele País. Aproveito para deixar um pedido: se você tiver as duas canções em melhores condições, por favor, envie ao blog, que terei prazer em postá-las com os devidos créditos. Este disco, na minha opinião, tem valor histórico, pois foi produzido na época em que Vandré estava experimentando os primeiros meses de exílio, gerado pela ditadura militar. Vandré, na época, havia se tornado símbolo e ídolo da juventude como opositor ao governo militar, em 1968, durante o 3º Festival Internacional da Canção (FIC), quando cantou e encantou o Maracanãzinho superlotado com a belíssima “Pra não dizer que não falei das flores”, também batizada de “Caminhando”.
O refrão "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora, / Não espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores. A canção obteve o segundo lugar no festival, perdendo para Sabiá, de Chico Buarque e Tom Jobim, e foi censurada, mas virou hino das passeatas contra o regime autoritário. Foi cantada por milhões de pessoas no Brasil e no mundo, especialmente no Chile, onde o cantor e compositor também se tornou um ídolo da juventude.
Foi por conta do AI-5, em 1968, que Vandré foi obrigado a exilar-se. Depois de passar dias escondido na fazenda da viúva de Guimarães Rosa, morto no ano anterior, o compositor partiu para o Chile e, de lá, para a França, onde gravou o último disco, o álbum “Nas terras do Benvirá”, lançado no Brasil em 1973, quando retornou ao País. Até hoje, vive em São Paulo e compõe. Muitos, porém, acreditam que Vandré tenha enlouquecido por causa de supostas torturas que ele teria sofrido. Dizem que uma das agressões físicas que sofreu foi ter os testículos extirpados, após a realização de um show, por policiais da repressão. O músico, no entanto, nega que tenha sido torturado e diz que só não se apresenta mais porque sua imagem de "Che Guevara Cantor" abafa sua obra.
Geraldo Vandré é o nome artístico de Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, paraibano de João Pessoa, nascido em 12 de setembro de 1935. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951, tendo ingressado na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Militante estudantil, participou ativamente do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em 1966, chegou à final do Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com o sucesso Disparada, interpretada por Jair Rodrigues. A canção arrebatou o primeiro lugar ao lado de A Banda, de Chico Buarque. Taí um single que, mesmo deteriorado, não deixa de ser um apetitoso sanduba musical. Prove!
A - Caminando (Pra não dizer que não falei das flores)
B - Desacordonado
http://www.mediafire.com/?gfhiz9bz44apebk
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ResponderExcluirhttp://www.4shared.com/rar/5_IosbXE/14_-_GV.html
Boa tarde amigo, possuo este compacto em excelênte estado de conservação!!! Caso queira mais detalhes entre em contato por email, segue confrariadochiado@gmail.com, abraços Adilson
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