Pesquisar este blog

Mostrando postagens com marcador Compactos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Compactos. Mostrar todas as postagens

domingo, 7 de agosto de 2011

Ian Whitcomb: You turn me on (Você me acende)

Erasmo Carlos não teve coragem de gravar a versão da música com a voz em falsete



Gosto de postar curiosidades. Erasmo Carlos relata no encarte do CD duplo “Esquinas do tempo – 1960 – 2000”, uma coletânea que celebra os 40 anos de carreira do Tremendão, sobre este disco. Trata-se da gravação original de "Você me acende". Erasmo conta que ouvia a música “You turn me on” na Rádio Mundial, pois o Big Boy a tocava. “O disco original ainda não tinha chegado às lojas do Brasil. Então, a rapidez da época me favoreceu. Eu ouvi, fiz a versão e a lancei no Jovem Guarda sem tê-la gravado ainda, pois estava doido para cantá-la.

“Na semana seguinte, ligaram pra mim da gravadora: “Erasmo, que diabo de música é essa que está todo mundo procurando por aí? Ninguém está encontrando e a gente não sabe que música é essa”. E eu respondi: “Pô, mas eu ainda nem gravei”. E eles concluíram: “Pô, você tem que gravar agora porque a gente vai lançar semana que vem”. Eu tive que ir pro estúdio correndo, gravei com os Fevers, e, em tempo útil, o compacto saiu e foi um sucesso”.

Erasmo também relata um fato interessante. “Na gravação original, Ian Whitcomb cantava em falsete e eu não tive coragem na época – por machismo – de cantá-la em falsete”, confessa. Pois a gravação original foi o maior sucesso da carreira do cantor e compositor Ian Whitcomb (nascido Ian Whitcomb Timóteo, 10 de julho de 1941, na Inglaterra). Alcançou o número 8 no Billboard Hot 100 chart em 1965. No Brasil, o disco foi abafado pelo sucesso da versão do Erasmo Carlos que, convenhamos, é melhor do que a original:

Lado 1 – You turn me on (Você me acende)
(Ian Whitcomb)
Lado 2 – This sporting life (Vida esportiva)
(Ian Whitcomb)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Cleide Alves: compacto duplo de 45 RPM (1961)

Segundo disco da cantora Cleide Alves foi lançado pelo selo Copacabana em 1961

Cleide Alves é uma das cantoras do primórdio do rock, contemporânea de Celly Campello, mas está praticamente esquecida do grande público. É mais lembrada quando se canta o trecho de “Festa de arromba”, no qual “Wanderléa ria e Cleide desistia de agarrar um doce que do prato não saia”. Apesar da fama de “gulosa”, eternizada no clássico de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, a cantora ainda nem tem sua biografia no Wikipedia.

Sabe-se, caso estejam corretas as informações disponíveis na Internet, que nasceu no dia 5 de dezembro de 1946 no Rio de Janeiro. Começou a cantar no Clube do Guri e gravou em 1960, aos 13 anos, o primeiro disco, um 78 rpm pela gravadora Copacabana, interpretando "Help, help, Mammy", de Fernando Costa, Alfredo Max e Chamarelli e "Seguindo e cantando", de Roberto Correa. Ambas as gravações contam com Betinho e seu Conjunto no acompanhamento, apesar da falta de crédito no disco.

Esta postagem traz as duas canções desse primeiro disco, uma como bônus, e outra como integrante do compacto duplo de 1961 com “Vamos pra escola”, “Sonho na colina” e “Perfeito amor”. Trata-se de um single do selo Copacabana de 45 RPM, formato que não se popularizou no Brasil. Após este disco, Cleide dividiu em 1962 com o cantor Reynaldo Rayol – irmão do Agnaldo - e o conjunto Renato e Seus Blue Caps, o LP “Twist”, interpretando “Chega”, “Hei brotinho”, “Namorando” e “Meu anjo da guarda” (primeira música gravada no mesmo ano por Wanderléa). Em 1963, mesmo sem saber, seria a primeira cantora a gravar uma música, o twist "Procurando um broto", do pouco conhecido cantor e compositor Roberto Carlos.

Por enquanto, vamos curtindo essas primeiras gravações da cantora mirim:

01. Vamos pra escola (School bus)
(Boudleaux Bryant – versão: Oiram Santos)
02. Help, help, mamye (com Betinho e seu conjunto)
(Fernando Costa – Alfredo Max – A. Chamarelli)
03. Sonho na colina
(Lewis – Stock – Rose – versão: Paulo Murillo)
04. Perfeito amor (Perfect lover)
(Dennise Norwood – versão: Paulo Rogério)
05. Seguindo e cantando (Com Betinho e seu conjunto) - Bônus
(Roberto Corrêa)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Os Incríveis - Singles & Raridades

Coletânea da banda Os Incríveis comporta 40 gravações distribuídas em dois CDs

Uma boa notícia: finalmente, sem que eu fizesse coisa alguma, estou conseguindo escrever nos comentários. Já estava me sentindo incomodado com essa impossibilidade. Não sei até quando perdurará o tempo de bonança com o Blogger, mas até lá todos os links para download serão colocados no espaço reservado para comentários.

Depois de postar três singles do grupo Os Incríveis, achei que seria legar reunir as gravações avulsas, lançadas em singles e projetos especiais feitos a partir de 1967, quando os músicos trocaram o nome The Clevers pelo atual e mudaram de gravadora, da Continental para a RCA Victor, onde registraram os principais êxitos. A coletânea comporta dois CDs com 20 faixas cada, disponibilizadas por ano de gravação. Infelizmente, a discografia da banda na Internet não está completa, e muitos fãs ficam surpreendidos quando se deparam com gravações até então desconhecidas. Esta coletânea traz, por exemplo, o registro de “Aquarela do Brasil”, lançada em 1970 no LP “Disparo 70”, disco que reúne o cast da RCA. A gravação caiu no esquecimento e não consta na discografia da banda.

Outro exemplo é “Paulada no coqueiro”, de 1969, incluída em 1997 no CD “O melhor de Os Incríveis”. Até o momento desconheço em que disco foi lançada ou se trata de gravação inédita, como é o caso de “Árvore”, de Dom, lançada em 2006 no CD “Os Incríveis – Maxximum”. Consta que “Arvore” saiu num compacto simples em 1972, com “Viver” no lado B, apenas para divulgação, e não foi distribuído comercialmente. Também desconheço a origem da instrumental "España Cañi", de 1981, lançada no CD duplo "Os Incríveis - 100 anos de música", em 2001. O grande mistério é o single, incluído na discografia e que nunca encontrei, com a música “Corinthians”, de 1977, com "Isso é a felicidade", no lado B. Ficarei agradecido se alguém puder disponibilizar essas duas gravações - "Viver" e "Corinthians" - que faltam em minha coleção.

A banda Os Incríveis foi formada em 1962, em São Paulo, com o nome The Clevers, inspirado nos conjuntos instrumentais norte-americanos, muito populares na época, como The Ventures e The Shadows. Porém, aos poucos foram introduzindo músicas cantadas, interpretadas pelo guitarrista-base, Mingo, que tinha uma boa voz e chegou até a gravar isoladamente. As primeiras gravações datam de 1963 com um compacto e um LP, fazendo sucesso dentro do estilo twist, então na moda, com destaque para a música El Relicário.

Entre o fim da década de 60 e o início da seguinte, os artistas lançaram músicas muito populares como a versão "Era um Garoto que como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones" (Gianni Morandi, versão de Brancato Jr.), "Vendedor de bananas" (Jorge Benjor), "Molambo" (Jayme Florence - Augusto Mesquita), "O vagabundo" (versão de George Freedman para "Giramondo") e "Eu Te Amo, Meu Brasil" (Dom), canção identificada com o regime militar e que trouxe desprestígio para o grupo, que logo se dissolveu.

Alguns dos integrantes partiram para carreira solo, como Netinho, que fundou o grupo Casa das Máquinas e lançou em abril de 2009 sua autobiografia. No fim da década de 80 os músicos se reuniram mais uma vez, com formações variáveis, para apresentações e shows pelo Brasil. Participaram ainda dos discos e shows comemorativos dos 30 anos da Jovem Guarda, em 1995. A principal formação de Os Incríveis traz Mingo, voz e guitarra; Risonho, guitarra; Manito, teclados e saxofone; Netinho, bateria; Neno e depois Nenê, baixo.

CD – 01

01 - 1967 - Tartaruga
02 - 1969 - Santa Lucia
03 - 1969 - Tan-tan
04 - 1969 - Paulada no coqueiro
05 - 1970 - Aquarela do Brasil
06 - 1970 - Belinda
07 - 1970 - Herbie
08 - 1970 - Maria José
09 - 1970 - Se o meu fusca falasse
10 - 1970 - Que cosa linda
11 - 1970 - El vendedor de bananas
12 - 1971 - Ei, bicho
13 - 1971 - Hino da independência
14 - 1971 - Hino nacional brasileiro
15 - 1972 - Árvore
16 - 1974 - Cem milhões de corações
17 - 1975 - A chuva parou de cair
18 - 1975 - A estrela de David
19 - 1975 - Caminhemos
20 - 1975 - Debaixo da cachoeira

CD – 02

01 - 1975 - Quando amanhece
02 - 1975 - Você vai ser mamãe
03 - 1976 - Bye bye fraulin
04 - 1976 - Esse é um pais que vai pra frente
05 - 1976 - Este é o meu Brasil
06 - 1976 - Marcas do que se foi
07 - 1976 - Guarde teus beijos para mim
08 - 1976 - Pindorama
09 - 1977 - O Brasil é feito por nós
10 - 1977 - Você precisa acreditar
11 - 1978 - Goooo-ool! Brasil!
12 - 1978 - O canário vai cantar
13 - 1979 - O amor nasceu (Born to be alive)
14 - 1979 - A.C.M. (Y.M.C.A)
15 - 1981 - España Cañi
16 - 1995 - Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones
17 - 1996 - O milionário (ao vivo)
18 - 1996 - O vagabundo (ao vivo)
19 - 1996 - Era um garoto... - Twist and shout – Satisfaction (ao vivo)
20 - 1996 - Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones (ao vivo)

terça-feira, 26 de julho de 2011

The Jordans - Marionetes de cartão (single 1975)

Single da banda The Jordans foi lançado em 1975 pelo desconhecido selo Scala

Este single do grupo The Jordans, lançado em 1975 pelo selo Scala e fabricado pela Tapecar, é um mistério porque não consta na discografia dos músicos. O disco traz a dançante “Marionetes de cartão”, uma versão de Sebastião Ferreira da Silva para “Marionetas de carton”, de E. Franco, C. Valdez e Momy, e a romântica “Cristina”, de Neno e Pardal. A discografia, em sua primeira fase, começa em 1961 e termina em 1971, ano do lançamento do álbum homônimo pelo selo Copacabana (foto abaixo). Segundo o Wikipedia, o The Jordans durou até 1975, quando encerrou as atividades, retornando novamente em 1993. Se assim for, este single deve ser o último da primeira fase. A pergunta que se faz: outros discos foram lançados entre 1972 e 1975?

O grupo iniciou carreira na linha dos ingleses Shadows e dos norte-americanos Ventures. O nome do grupo é inspirado no The Jordanaries, que acompanhava Elvis Presley na época de sua formação em 1956. O que distinguia os Jordans de outros grupos brasileiros na mesma linha, como Os Incríveis e The Jet Black's, era o uso de instrumentos pouco comuns no pop-rock instrumental, como vibrafone, bandolim e três guitarras elétricas.

O grupo se formou em São Paulo, no bairro da Mooca, com Aladdin (Romeu Mantovani Sobrinho), guitarra-solo; Sinval (Olímpio Sinval Drago), guitarra-base; Tony (José de Andrade), contrabaixo; Foguinho (Valdemar Botelho Júnior), bateria; e Irupê (Irupê Teixeira Rodrigues), saxofone e trompete, apresentando-se em clubes. Apareceram na televisão pela primeira vez em 1958, no programa "Crush em Hi-fi", primeira atração televisiva dedicada exclusivamente ao rock no Brasil, exibida pela TV Record e apresentada por Tony e Celly Campello, principais ídolos da juventude brasileira na época.

Em 1960, Antonio Aguilar os apresentou em um programa da Rádio Nacional, quando conseguiram o primeiro contrato de gravação, um 78 rpm pela Espaciall Mocambo, com o instrumental "Boudah" (G. Dovan e B. Drean), no início de 1961. O grupo lançou Manito (tocando bateria enquanto Foguinho servia o exército) e Mingo, que depois formaram o conjunto The Clevers (posteriormente Os Incríveis). Mais tarde, o trompetista Neno, também do The Clevers, passou a fazer parte do grupo.

Contratado pela Copacabana em 1961, o conjunto gravou vários 78 rpm, LPs e compactos. O primeiro grande êxito foi "Blue Star" (Victor Young Edward Heymann), em 1963, que ficou oito meses nas paradas de sucesso. Daí para excursões pela América Latina e Europa foi um pulo. Em 1968, por exemplo, durante viagem a Londres, tiveram o privilégio de conhecer pessoalmente os quatro integrantes dos Beatles num restaurante próximo dos estúdios Abbey Road, pois os garotos de Liverpool estavam gravando o histórico álbum branco. O inusitado encontro foi documentado em vídeo e exibido no programa Fantástico, da Rede Globo.

Foi um dos grupos mais requisitados na Jovem Guarda para acompanhar os astros da época, tanto em shows como em gravações. "Tema de Lara" (Maurìce Jarre) e "Midnight in Moscou" (I. Dunaeyvsky K. Ball) foram outros dois grandes sucessos do grupo. Os músicos também participaram dos filmes "Puritano da Rua Augusta" e "A desforra" (do qual são os autores da trilha sonora). Aladdin saiu da banda em fins de 1968 e o grupo se dissolveu nos anos 70. Irupê transferiu-se para o grupo de samba Raça Negra, como saxofonista e arranjador.

Em 1995, com Aladdin, Sinval, Tony, Foguinho e, eventualmente, Manito, o conjunto gravou um disco de reunião, "Bons tempos". Segundo RStone, da MC & JG, "nestes últimos cinco anos, o grupo vem ganhando cada vez mais destaque nas flamejantes apresentações ao vivo. As apresentações arrastam uma multidão de velhos e novos fãs, ávidos pelos sons eloquentes da guitarra mágica do mestre Alladim, sempre acompanhado pelos fiéis escudeiros Sinval (guitarra-base) e Tony (baixo) e, esporadicamente, o lendário baterista Foguinho. A banda é complementada pelos teclados de Maurício “Elvis” Britto. É com esta formação que os Jordans nos apresentam seu novo/velho disco, o fabuloso Aplauso! – 50 Anos The Jordans, um álbum de 2010 super bem gravado que traz grandes clássicos do rock instrumental com toda a modernidade dos tempos atuais". Vale a pena conferir!

Lado A - Marionetes de cartão (Marionetas de carton)
(E. Franco - C. Valdez - Momy - vs. Sebastião Ferreira da Silva

Lado B - Cristina
(Neno e Pardal)

Single produzido por Cássio Visconti Jr, com arranjos e regência de Wilson Mauro.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Mamães e Papais: (cover do Mamas and Papas)

Grupo brasileiro gravou "Meu benzinho", versão de "Monday, Monday", pela Polydor

Alguém já ouviu falar no grupo Mamães e Papais? Pois saiba que em 1966, ano do apogeu do grupo vocal The Mamas and Papas, o conjunto lançou pela Polydor o compacto simples com a música “Meu benzinho”, versão de Carlos Wallace para “Monday, Monday”, de J. Philips, um dos “papais norte-americanos”. No lado B do disco tem a canção “Faz noite tristeza”, de Glauco e Fernando Pereira.

Esta postagem é feita para atender ao pedido de um dos integrantes da comunidade MC&JG, da qual faço parte. Procurei pela Internet alguma informação a respeito do cover brasileiro do grupo norte-americano, mas nada encontrei. Imagino que tenha sido seu único disco, ou então foi formado exclusivamente para aproveitar o sucesso de “Monday, Monday”, um clássico dos anos 60. Se alguém souber de algo, por favor, nos informe.

Comprei este single num sebo pela curiosidade de ouvir a versão nacional dessa música que gosto muito. Um dos meus hábitos, como já deu pra notar, é ouvir uma mesma música com vários intérpretes. O que eu achei dessa versão? Ah, é melhor você baixar a pasta, ouvir a canção e tirar sua própria conclusão:

01 – Meu benzinho (Monday, Monday)
(J. Philips – versão: Carlos Wallace)

02 – Faz noite tristeza
(Glauco – Fernando Pereira)

Download aqui

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Vanusa canta Taiguara em single de 1972

Single de 1972 foi o último gravado por Vanusa em sua primeira passagem pela RCA Victor

Esta postagem é feita principalmente para atender ao pedido de um integrante da comunidade MC&JG, onde comecei a participar, graças ao convite dos amigos Recruta e Wilton, a quem volto a agradecer. Achei muito bom ler os comentários do pessoal da comunidade porque servem de referência para futuras postagens. É, como diz um amigo meu, “um plus a mais” (rs) que a gente tem, pois tenho a possibilidade de ampliar o leque de amigos com gosto em comum, obter leitura interessante e ainda enriquecer o meu acervo musical. É uma fonte inesgotável de conhecimento e cultura. Vou aproveitar, sem esquecer que se trata de via com mão dupla, pois também quero colaborar. Afinal, como destaca a frase que coloquei no blog, “somar é dividir”.

O single solicitado é da Vanusa, cantora que respeito, mesmo diante do episódio do Hino Nacional Brasileiro. Foi lançado em 1972, e contém duas músicas – “Homem”, de Taiguara, e “Sem mistério”, de Luis Wagner e Tom Gomes – inéditas em CD e nunca lançadas em coletâneas. Foi o último disco de sua primeira passagem pela RCA Victor, pois na sequência integrou o cast da Continental, onde estourou no ano seguinte com “Manhãs de setembro”. Lá, a artista gravou dois LPs, e ainda fez sucesso com “Sonhos de um palhaço”, canção que a colocou recentemente sob os holofotes porque esqueceu a letra em apresentação na TV. Retornou em 1975 na RCA para gravar o álbum “Amigos novos e antigos”, um dos meus preferidos de sua discografia que ainda tem o psicodélico de 1969. Entendo que os anos 70 foram os melhores de sua carreira porque a partir dos 80 – por motivos que desconheço – houve queda de qualidade, tanto na escolha do repertório quanto nos arranjos de suas gravações.

O último álbum de sua discografia, intitulado “Hino ao amor”, é de 1994. Nele, o destaque é a interpretação de “Como nossos pais”, de Belchior, em pé de igualdade com Elis Regina, mas o arranjo - sempre ele - em nada acrescenta ao original. Sei que muita gente, mesmo sem ouvi-la, não concordará comigo por achar que Elis está acima de qualquer comparação. Por outro lado, também acho que a cantora peca - talvez por falta de orientação - pelas regravações no disco de antigos sucessos do próprio repertório, como "Paralelas", "Manhãs de setembro", "Mudanças" e "Pra nunca mais chorar". Ou seja, figurinha repetida não preenche álbum, e o resultado é que está lamentavelmente há 17 anos afastada dos estúdios, período em que muitos artistas surgiram e desapareceram. É fato que, nesse hiato, ela se envolveu em alguns projetos, como os comemorativos de aniversário da Jovem Guarda e a participação num álbum coletivo em homenagem aos Beatles, mas isso pouco representa diante do que fez anteriormente. Enfim, é a minha opinião, e sei que estou sujeito a receber algumas pedradas. Antes que isso aconteça, acho melhor encerrar a postagem. Confira:

Lado A – Homem (Taiguara)
Lado B – Sem mistério (Luis Wagner – Tom Gomes)

Download aqui

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Bubby - A cantora oriental da Jovem Guarda

Bubby gravou apenas três singles, dois na RGE e um na RCA Victor, entre 1967 e 1969

Sempre soube da existência de uma cantora da Jovem Guarda de origem japonesa que se apresentava como Bubby. Os comentários sobre ela partiam mais de um amigo - o saudoso Jair Martins, a quem homenageio com esta postagem. Ele elogiava sua beleza e voz, e lamentava por não ter disco da cantora, apesar de procurá-los. Eu, por minha vez, passei a alimentar ao longo dos anos a curiosidade de ouvi-la. Até que um dia, num sebo, encontrei um compacto simples, e posteriormente comprei outro numa feira de vinil.

Pesquisei na Internet e constatei que seu nome de batismo é Olga Hayashi, nascida em 23 de março na cidade paulista de Pompeia. Iniciou a carreira na Rádio Clube de Marília em programas infantis. Mais tarde, transferiu-se para a capital, sendo logo contratada pela extinta TV Excelsior - Canal 9, apresentando-se no "Programa dos Incríveis". Gravou o primeiro compacto em 1967 pela RGE, acompanhada pelo grupo The Rebbels, com as
músicas “Diga de uma vez” (uma versão de "Tell me to my face") e “Ele me deixou” ("Cheryl’s goin’ home"). No ano seguinte, outro disco, com arranjo e regência de Portinho: "Melhor é ser feliz com o que se tem" (versão de "The other man's grass is always greener") e “Once I had a dream”.

São esses dois primeiros singles que consegui comprar. Há um terceiro e último, de 1969, gravado na RCA Victor. O disco traz “Canção para um ser só”, música japonesa com versão feita pela própria Bubby, que consegui baixar no Soulseek. O problema é que até agora desconheço o nome da canção que está no lado B. Se alguém souber, por favor, me informe. E se a tiver disponível, ficaria agradecido se puder me enviar para completar a coleção. Prometo postá-la no blog com o devido crédito ao colaborador.

Bubby, segundo artigo na Internet, vem de uma família de dez irmãos. Alguns deles também se envolveram com a música: Hélio, que chegou a montar um conjunto de rock; Nadir, também cantora, com disco gravado na RCA Victor; Nancy, outra cantora, e China, que foi divulgador da RGE. Bubby e Rosa Miyake foram as duas musas orientais na Jovem Guarda, sendo que a pioneira, contemporânea de Celly Campello, foi a cantora Yoko Abe. Confira as músicas:

01. 1967 - Diga de uma vez (Tell me to my face)
(A. Clarke – T. Hicks – G. Nash – versão: Lilian Knapp)

02. 1967 - Ele me deixou (Cheryl’s goin’ home)
(Bob Lind – versão: Fred Jorge)

03. 1968 - Melhor é ser feliz com o que se tem (The other man’s grass is always greener)
(T. Hatch – J. Trent – versão: Lílian Knapp)

04. 1968 - Once I had a dream
(Roger Cook – Roger Greenaway)

05. 1969 - Canção para um ser só (faixa bônus)

Download aqui

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Os Incríveis: Single "Os sucessos das paradas"

Single lançado em Portugal traz duas músicas do LP "Os sucessos das paradas", de 1979

Antes de traçar minhas palavras sobre a postagem, gostaria de esclarecer aos visitantes que, por motivos desconhecidos, não consigo responder aos comentários dos amigos. Abri até uma segunda conta no Google especialmente para respondê-los, mas infelizmente todas as tentativas têm se revelado infrutíferas. Toda vez que respondo, a página é direcionada para a conta do Google, e mesmo seguindo os trâmites exigidos, a resposta não é publicada. O mais estranho é que consigo publicar meus comentários em blogs de terceiros – menos no meu. Alguém pode me informar o que está acontecendo?

Peço desculpas aos amigos (em especial ao Recruta que fez uma valiosa correção sobre o LP de 1983 do Renato e Seus Blue Caps) que gentilmente postaram seus comentários no blog. Eu não gostaria de deixá-los sem resposta. Vou tentar responder usando outro computador. Quem sabe consigo resolver este problema, pois a minha ideia para o blog é colocar os links para download na área reservada aos comentários, como fiz nas primeiras postagens. Enquanto a questão não é solucionada, vou colocando o link logo abaixo da lista das músicas de cada postagem.

Feito isto, vamos ao single de 45 RPM do grupo Os Incríveis, lançado pela RCA Victor de Portugal em 1979. As duas músicas fazem parte do repertório do LP "Os Sucessos das Paradas", lançado no mesmo ano no Brasil. Acredito que é, assim como o álbum de 1983 do Renato e Seus Blue Caps, o mais obscuro da banda. Eu, que curto muito Os Incríveis, nunca tive este disco em mãos. Só conheço a capa disponibilizada em alguns sites. Pena que nem todas as músicas do disco foram relançadas em coletâneas do conjunto.

Nota-se, pelo repertório, que este LP é uma espécie de caça-níqueis, aproveitando o sucesso de outros artistas – o que não acho bom para uma banda com músicos tão versáteis como são os integrantes de Os Incríveis. Apesar de achar que o disco perde valor pela ausência de repertório próprio, é um álbum que está na minha lista de compra. Quem sabe um dia o encontro e posto aqui. Enquanto isto, o jeito é se contentar com este single inédito na terra descoberta por Cabral, com versões de sucessos do Village People e Patrick Hernandez:

Lado A – A.C.M. (Y.M.C.A.)
(Morali – H.Belolo – V. Willis – P. Ildefonso – W. Benatti)

Lado B – O amor nasceu (Born to be alive)
(Patrick Hernandez – N. Santisteban)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Os Incríveis - Single português (1971)

"Sem vergonheira", de Antonio Carlos e Jocafi, foi o principal sucesso deste disco

Esta postagem é para os fãs e colecionadores dos discos da banda Os Incríveis, uma das mais expressivas da Jovem Guarda. Trata-se do compacto duplo de 45 RPM – disco de vinil com duas músicas em cada face – lançado em Portugal em 1971. As canções foram extraídas do LP 1910, lançado no Brasil em outubro de 1971. As quatro faixas aqui postadas foram gravadas pelo sistema mono e são do próprio single:

01. Sem vergonheira (Antonio Carlos – Jocafi)
02. Canção dos imigrantes (Dom – Ravel)
03. Viva Santo Antonio (Dom – Ravel)
04. Venha nos amar (Tony – Frankye)

Download aqui

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Martinha - Singles & Raridades

Coletânea prioriza gravações da Martinha lançadas em singles e em projetos especiais

Martha Vieira Figueiredo Cunha ou simplesmente Martinha, como todos a conhecem, faz aniversário nesta quinta-feira, 30 de junho. Decidi homenageá-la com esta postagem que reúne canções lançadas em singles, projetos especiais e participações em discos de amigos. Um dos destaques é “Se ela voltar”, gravada em dueto com Wanderley Cardoso, que a convidou em 2005 para o show no qual comemora 40 anos de carreira. A apresentação da cantora só está presente em DVD, e portanto é inédita em CD. Martinha, apesar do grande sucesso na Jovem Guarda, teve mais êxito nos países de língua espanhola do que no Brasil, tanto que no início dos anos 70 morou e gravou discos na Espanha.

A artista, autora de “Eu daria a minha vida”, sua primeira composição aos 18 anos, teve inúmeros sucessos ao longo da carreira, apesar de afastada dos estúdios. Começou a carreira em 1967 pelas mãos de Roberto Carlos, que ficou impressionado com o talento e com sua voz diferenciada. Por isso, a sua primeira gravação, intitulada “Barra limpa”, é uma homenagem ao rei. Inúmeros artistas, como o próprio Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Fafá de Belém, Leandro & Leonardo, Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo & Luciano, entre outros, já incluíram suas músicas no respectivo repertório. Ela mesma admite que é mais compositora do que cantora. Martinha continua na ativa e sua mais recente apresentação foi no espetáculo “Emoções Sertanejas”, no qual interpreta “Alô”, faixa que encerra esta coletânea. Confira a lista completa:

01. 1975 - Deixe-me chorar
02. 1978 - Eu quero a América do Sul
03. 1985 - Agora, não
04. 1982 - Cama vazia
05. 1972 - Maria Madalena (com Agnaldo Rayol)
06. 1972 - Minha vida
07. 1995 - Nossa canção
08. 1995 - Última canção
09. 1985 - Quatro paredes
10. 1972 - Homem, vida e morte
11. 1973 – Ironia
12. 1973 – Fantasia
13. 1978 – Ele
14. 1986 - Não conte a ninguém (com César Augusto)
15. 1986 – Aqui (com Luiz Geraldo)
16. 2000 – Coimbra
17. 2000 - Jogo de damas
18. 1982 - Eu quero ser uma mulher
19. 1996 - pout-pourri (ao vivo)
20. 1996 - Aqui (com Sylvinha Araújo)
21. 2005 - Se ela voltar (Com Wanderley Cardoso)
22. 2010 - Alô

Download aqui

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Eduardo Dusek: Singles & Raridades

Composições de Eduardo Dusek aliam sátira e bom humor em letras bem estruturadas

Nada como começar a semana com alegria e bom humor, valores presentes na arte do talentoso Eduardo Dusek. A postagem é mais uma contribuição do nosso amigo Tito, lá do blog Suco de Sulcos, especializado em coletâneas internacionais de blues, rock 50’s e 60’s, country-rock e muito folk, a quem agradeço muito. Ele me enviou material para dois CDs. São faixas que não constam em nenhum LP ou CD do Dusek. Neste primeiro CD estão gravações lançadas em compactos, projetos especiais e participações especiais.

Eduardo Dusek, nascido no primeiro dia do ano, começou a carreira artística como pianista de peças de teatro aos quinze anos, quando estudava na Escola Nacional de Música. Mais tarde passou a compor suas próprias canções e a partir de 1978 já tinha músicas gravadas por nomes de peso da MPB, como As Frenéticas (o samba "Vesúvio"), Ney Matogrosso (o fox "Seu tipo") e Maria Alcina (o frevo "Folia no Matagal", dois anos depois regravada por Ney Matogrosso) - todas em parceria com Luís Carlos Góis.

Em 1980, participou do festival MPB Shell da Rede Globo cantando apenas de cueca a debochada canção "Nostradamus", que não se classificou mas ficou conhecida pelo público. Por essa época gravou o primeiro LP, "Olhar Brasileiro". Mas o estouro sucesso viria em 1982, quando flertou com o ainda incipiente pop-rock, no LP "Cantando no Banheiro!, com "Barrados no Baile" (com Luís Carlos Góis), "Cabelos Negros" (Com Luiz Antonio de Cássio) e "Rock da Cachorra" (Léo Jaime).

Dois anos depois, notabilizou-se com o LP "Brega-chique", cuja faixa-título, mais conhecida como "Doméstica", fazia uma sátira social, bem no clima do teatro besteirol da época. Em 1986, lançou "Dusek na sua", com "Aventura" e com "Eu Velejava em Você", e três anos depois voltou à cena com o musical "Loja de Horrores". Nos anos 90, afastado da função de cantor, interpretou a personagem do Capitão-Mor Gonçalo na novela "Xica da Silva", da extinta Rede Manchete. Atuou como diretor de espetáculos e, no fim da década, voltou a apresentar alguns trabalhos como humorista e cantor, um deles sobre Carmen Miranda, de quem recebeu muita influência, principalmente por incluir marchinhas no repertório. Confira a lista:

01. Piccadilly Rock
02. Castigo
03. O Feio
04. Índio e Cowboy
05. 1 + 1 é Bom Demais
06. Tá-Hi
07. Alô Alô Brasil
08. Tamanho Não é Documento
09. Bárbara
10. É Proibido Afinar o Piano
11. Gula
12. O Que é Que Eu Dou
13. Caluda, Tamborins
14. Mulata Assanhada
15. Happy Hour
16. Velho Bode
17. Primavera Nos Dentes
18. Amor E Bombas
19. Quem Dá Mais
20. Que Rei Sou Eu
21. Sou Eu
22. Nem Tanto Tempo Assim
23. Trocando em miúdos

domingo, 26 de junho de 2011

Fábio Jr - Single espanhol (1985)

Single traz um dos maiores sucessos do Fábio Junior nos paises de lingua espanhola

Sabe aquele disco que a gente compra e quando vai ouvir constata que foi enganado? Este disco do Fábio Jr, fabricado na Espanha em 1985, é um exemplo do que estou falando. Eu sempre gostei de ouvir canções do mesmo artista em outros idiomas. Não é por acaso que já postei no blog três coletâneas de músicas da Jovem Guarda em castelhano.

Quando vi este single à venda no Ebay, eu o comprei na certeza de que o disco traria duas músicas – “Que no se acabe el mundo” e “Razoavelmente sensível” – conforme assinala a contracapa. Para o meu espanto, o disco é promocional e só traz o Lado 1, sendo que o 2 é literalmente liso, impossível de se executado, conforme mostram os dois selos que se encontram na pasta.

É claro que, para os colecionadores e fãs do cantor, o disco se transforma em peça rara, e talvez por isso tenha até um preço mais elevado no mercado negro. Assim, para atender ao pedido de uma amiga, fã do cantor que pediu para não ser identificada, estou postando o single completo, com as duas faixas, pois consegui extrair a música do Lado 2 do LP lançado no Brasil. Confira:

Lado 1 – Que no se acabe el mundo
Lado 2 – Razoavelmente sensível

sábado, 25 de junho de 2011

Sylvinha Araújo: Singles & Raridades

Coletânea privilegia gravações lançadas em compactos e projetos especiais da cantora

Há exatos três anos, o Brasil foi surpreendido pela triste notícia sobre o falecimento da cantora Sylvinha Araújo, aos 56 anos, em decorrência de um câncer de mama, doença com a qual convivia desde 1996. Lembrei-me da data - coincidentemente a mesma da morte de Michael Jackson em 2009 - e achei que deveria homenageá-la com esta postagem. A ideia seria reunir as canções que não constam em nenhum LP ou CD da cantora. No entanto, as faixas disponíveis superaram a capacidade de um CD, e achei melhor separá-las em dois discos, um com singles e raridades, e outro de duetos.

Um dos destaques nesta coletânea é a faixa de abertura do disco. Jambalaya, na verdade, foi gravada no pout-pourri que a cantora fez em 1967 com Eduardo Araújo no LP de Peruzzi e sua Banda Jovem. Tomei a liberdade de editar e transformá-la numa única gravação. Acho que o resultado ficou interessante. A música seguinte “Vou botar pra quebrar” também foi extraída deste mesmo pout-pourri. Outro destaque é “Deus Noel”, inédita em disco, composta por Erasmo Carlos e Raul Monteiro, que Sylvinha Araújo gravou e disponibilizou para download em seu site.

Sylvinha foi uma das principais artistas da Jovem Guarda, ao lado de Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa, Martinha, Ronnie Von, Renato e seus Blue Caps, Golden Boys, Os Incríveis e outros, como o próprio marido, Eduardo Araújo, um dos pioneiros do rock brasileiro. Iniciou a carreira ainda adolescente, aos 15 anos, quando gravou o seu primeiro disco, o compacto simples pela Odeon com as músicas "Vou botar pra quebrar" e "Feitiço de broto", ambas de Carlos Imperial. Foi, porém, com "Minha primeira desilusão" lançada em 1968 que a cantora atingiu as primeiras colocações nas paradas de sucesso, permanecendo entre as mais vendidas por aproximadamente dois anos.

A cantora nasceu em Mariana (MG) e tinha dois filhos, Eduardo e Mônica. Além do sucesso como cantora, a artista também obteve êxito como intérprete de jingles a partir de 1978, contabilizando mais de 2 mil gravações ao longo de 20 anos. Chegou, nesse período, a participar do conjunto vocal "4 x 4", grupo criado por Edgard Gianullo, que contava ainda com Ângela Márcia e Faud Salomão, todos cantores de jingles. Além dos clássicos da música brasileira e internacional, o quarteto gravou incontáveis jingles, para campanhas como Credicard, Fermento Royal, Gelatina Royal, dentre vários outros.

Em parceria com o marido, abriu a gravadora "Number One" e lançou mais dois CDs – “Kinema” e "Suave é a Noite" – sendo que neste último comemora 35 anos de carreira, com participações especiais de Moacyr Franco, Dominguinhos, Claudya, Daniel e Zezé Di Camargo e Luciano. "Quis esse disco porque nunca perdi a esperança de voltar para os palcos e gravar uma coisa minha. Agora sou dona do meu produto, faço o que quero e estou feliz", disse Sylvinha na época, após deixar de lado a carreira no mercado publicitário. Desde 1996, a artista vinha lutando contra um câncer de mama e, mesmo enferma, continuava cantando. Antes de ser internada, no dia 04 de junho de 2008, Sylvinha estava envolvida na divulgação do DVD e do CD, gravados com o marido, em que celebra os 40 anos da Jovem Guarda. Uma cantora talentosa e afinada que, com certeza, deixou saudades. Confira a lista:

01. 1967 - Jambalaya (On the bayou)
02. 1967 - Vou botar pra quebrar
03. 1967 - Bazaar Charleston
04. 1969 - Você é de morte - com Eduardo Araújo
05. 1970 - Canto de reis - com Eduardo Araújo
06. 1995 - Splish Splash
07. 1995 - Banho de lua
08. 2005 - Datemi un martello (If had a hammer)
09. 1969 - Dudu da nenem, Nenem do dudu - com Eduardo Araújo
10. 2006 - Deus Noel (inédita)
11. 2008 - Blackbird (última gravação)
12. 1991 - Biquini de bolinha amarelinha
13. 1970 - Um tipo especial de amor (I'm Gonna Get Married) - com Eduardo Araújo
14. 1975 - Formula 1 de viver
15. 1975 - Meu problema por um sorriso
16. 1975 - Baby (Ask me)
17. 1975 - Homem contra homem
18. 1977 - Algo de novo no ar
19. 1977 - Mesmo em pensamento
20. 1977 - O irreal é você
21. 1977 - Sentindo as flores respirarem
22. 1978 - Noites vazias
23. 1978 - Mãe terra
24. 1973 - Você está aqui
25. 1973 - Baião

terça-feira, 21 de junho de 2011

Os Carbonos: Que bacana (single de 1968)

"Que bacana", campeã em São Paulo, foi gravada originalmente por Suely e Os Kanticus"

Após a postagem da coletânea “Psicodelia brasileira”, na qual consta uma faixa do grupo paulista Os Carbonos, lembrei-me deste raro compacto de 1968. O single reúne duas faixas campeãs na fase paulista do primeiro Festival Universitário da Canção Popular, realizado pela TV Tupi em quatro edições (de 1968 a 1971), no Rio de Janeiro e em São Paulo, exclusivamente para compositores universitários. O lado A do disco traz “Que bacana”, de Richard Carasso, mais conhecida pela gravação de Suely e os Kanticus. Já no lado B temos “O tigre”, de Márcio Tadeu, segunda colocada em São Paulo. Na final, a vencedora do festival foi “Helena, Helena, Helena”, de Alberto Land, interpretada por Taiguara.
O grupo os Carbonos surgiu em meados dos anos 60 na onda da Jovem Guarda. Como o próprio nome sugere, a banda só gravava músicas de sucesso de outros intérpretes, e se tornou especialista no que hoje denominamos como 'covers'. Assim como outras bandas da época, como os The Fevers, Os Carbonos gravaram também com outros nomes, como Andróides, The Mackenzie Group, Carbono 14 e The Magnetic Sounds, sendo este último gravando a série de lps "Super Erótica", muito popular na época. O que fez dOs Carbonos um grupo musical de sucesso, não foi apenas a escolha de repertórios marcados, mas principalmente a qualidade de seus músicos e fidelidade na execução. Eles foram pioneiros.

Lado A - Que bacana (Richard Chemtob Carasso)
Labo B - O tigre (Marcio Tadeu)

Aqui: http://www.mediafire.com/?sd3e55hygkgratu

sábado, 18 de junho de 2011

Léo Jaime - Singles e Raridades

Coletânea traz registros musicais não incluídos em LPs e CDs do cantor e compositor

Aqui está um artista que gostei desde a primeira vez que o ouvi: Léo Jaime, ator, cantor, compositor e jornalista. Sabendo disso, e pelo fato de termos esse gosto em comum, o nosso amigo Tito, lá do blog Suco de Sulcos, me enviou mais essa contribuição, a quem agradeço penhoradamente. Trata-se de uma coletânea que reúne faixas não incluídas em LPs e CDs do cantor, como as duas primeiras gravações lançadas em 1983 em compacto simples: “O bolha” e “Vinte garotas num fim de semana”, e gravações especiais extraídas da TV, como o inusitado encontro com Chico Buarque.


Léo Jaime participou da formação original do grupo carioca de rockabilly João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, e saiu do grupo para seguir carreira solo. Fez muito sucesso e emplacou vários hits nas rádios do Brasil, além de fazer trilhas sonoras para filmes e novelas. Seus principais discos solo são "Sessão da Tarde" e "Phoda C". Suas músicas representam o rock'n'roll básico, sendo Léo Jaime um artista que se caracterizava pelo visual "rockabilly", com topete e jaquetas de couro. “Passei 18 anos sem gravar um CD com minhas composições, e percebi que ninguém se interessava em sequer ouvir as novas canções”, lamenta Léo no artigo que escreveu recentemente em seu blog.

Ele informa que, “ao longo dos anos ouvi, e ainda ouço, inúmeros 'nãos' profissionais com a justificativa de que minha aparência não é boa, preciso perder peso, pareço decadente etc”. Apesar da trajetória profissional, recheada de sucessos, “parecia que estava claro para todo mundo que a minha barriga tinha substituído o meu talento”. Curiosamente, “o público nunca acreditou nisso e continuou a me tratar com carinho. Durante este tempo todo! Coleciono mais sucessos que fracassos em tudo o que fiz no teatro, shows, TV, rádio ou em textos publicados na imprensa ou divulgados na internet. Considero ter conseguido vencer a resistência, mas não posso negar que ela exista e é muito forte”.

Depois desse justo desabafo, nada melhor do que ouvi-lo. Confira a lista:

01. O Bolha
02. Vinte garotas num fim de semana
03. Johnny pirou (Johnny B. Good)
04. S.O.S. Miquinhos - Medley (com João Penca, Evandro Mesquita, Erasmo Carlos, Lulu Santos, Roger & Afrodite Se Quiser)
05. Negro gato (com Erasmo Carlos, Renato & Seus Blue Caps, Fagner, Leno, Almir, The Golden Boys & Jerry Adriani)
06. O tempo vai apagar
07. Sou uma criança, não entendo nada (com Erasmo Carlos)
08. Down em mim
09. Johnny Love (com Metrô)
10. Shirley (Versão Acapella)
11. A lua e eu
12. Morena dos olhos d'água (com Chico Buarque)
13. Mocinho bonito (com Dóris Monteiro)
14. Eu Não Vou Esquentar
15. Enfant terrible (com Eduardo Dusek)
16. Nós vamos invadir sua praia (com Ultraje a Rigor, Ritchie, Lobão & Selvagem Big Abreu)
17. Menina (com Balão Mágico)
18. Two of us (com Leoni)
19. As sete vampiras (Ao vivo)
20. Maior abandonado
21. Sonia (Dj Doom & Dj Felix - Electro House Remix) - Bônus

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Hermes Aquino: Singles e raridades

Hermes Aquino é um raro representante gaúcho do tropicalismo no final dos anos 1960
Discografia do cantor e compositor reúne dois LPs e alguns compactos simples e duplo

Começo a semana com postagem especialíssima: uma coletânea de singles e raridades do Hermes Aquino, enviada pelo amigo Tito. Trata-se da primeira contribuição que recebo, e fico feliz que tenha partido do Tito, um amigo que conheci pela Internet e com quem troquei muitas músicas no tempo em que a gente armazenava os arquivos em CD e enviava pelo Correio. Ficamos um tempo sem nos contatar e agora, pra minha surpresa, fico sabendo que ele também criou o blog Suco de Sulcos, especializado em coletâneas internacionais de blues, rock 50’s e 60’s, country-rock e muito folk. Tito, fica aqui o meu agradecimento por sua contribuição musical.

Bem ... Vamos comentar um pouco sobre o Hermes Aquino, que ficou nacionalmente conhecido em 1976 com a música “Nuvem Passageira”, tema da novela O Casarão, da Rede Globo. Assim como o nome de sua canção mais famosa, a carreira do cantor e compositor também é como uma nuvem passageira para os olhos do grande público, o que não corresponde a verdade. Ele tem outros sucessos, embora de menor porte, como "Longas Conversas", "Desencontro de Primavera", ambas de 1976, "Santa Maria", "Chuva de Verão" e "Senhorita", estas de 1978.

Hermes Aquino já era conhecido do cenário artístico gaúcho quando obteve fama nacional em 1976. A sua primeira grande aparição na TV aconteceu em setembro de 1969 como um dos participantes do IV Festival Internacional da Canção (FIC) ao lado da prima Laís Marques, com quem apresentou duas canções: “Flash” – que abre a presente coletânea – e “Sala de espera”, lançadas em compacto simples pela RGE. O músico era, na época, um raro representante gaúcho do tropicalismo: "Você Gosta?", parceria sua com Tom Zé, foi gravada por este e pelo grupo Liverpool em 1969, e "Planador", parceria com sua prima Laís está nos únicos álbuns do Liverpool e do grupo carioca Os Brazões. Além disso, "Sala de Espera" foi regravada pelo grupo O Bando.

Hermes, porém, só tem dois LPs em sua discografia: Desencontro de Primavera (1976) e Santa Maria (1978). São desse período as músicas desta coletânea que traz "Gira, gira", regravada pelo saudoso Antonio Marcos. As faixas 03 até 08 provavelmente são de 1976, 09 até 16 de 1978, sendo que as 17 e 18 não constam o ano no selo do disco. O legal desta postagem é que vem acompanhada de bônus para um segundo CD. São gravações que o Tito fez da Hermexradio (emissora que só toca Hermes Aquino em tempo real) e registros do programa do Mr. Lee, da Rádio Continental. As informações sobre o artista na internet são poucas, mas dão conta de que Hermes mora em Porto Alegre e trabalha como produtor de jingles. Deixo o espaço aberto para quem puder acrescentar informações sobre este talentoso artista que merece ser apreciado com mais atenção. É só baixar e conferir:

01. Flash - com Laís Marques
02. Sala de Espera - com Laís Marques
03. Matcchu Picchu
04. Nuvem Passageira
05. Bola Louca e Colorida
06. Desencontro de Primavera
07. Eu Quero Ser Teu Rei
08. Se Habilite
09. Longas Conversas
10. Gira Gira
11. Chuva de Verão
12. Senhorita
13. Sem Comentários
14. Santa Maria
15. Lei da Natureza
16. Aeromoça
17. Esperança
18. Luzes da Cidade
19. Porto Alegre, Porto Alegre
20. Nuvem Passageira (Remix – Mad Zoo)

BÔNUS: Hermes Aquino - Momentos especiais

01. Desencontro de primavera
02. Nuvem Passageira
03. Sem eira nem beira
04. Se Habilite
05. Michelle
06. Fixing a Hole
07. I'm Crying
08. You Really Got a Hold On Me

Fonte: Faixas (01 a 05 - Programa Mr. Lee in Concert - 70's) e (06 a 08 - Hermexradio).

sábado, 11 de junho de 2011

Ted Boy Marino - Single de 1967

Capa genérica para o single gravado por Ted Boy Marino na gravadora Odeon em 1967

Eis aqui um registro em disco que considero, no mínimo, curioso. Em 1967, no apogeu do Telecatch, Ted Boy Marino era o rei do ringue e verdadeiro ídolo popular, dividindo as capas de revistas com astros e estrelas da Jovem Guarda. Por isso mesmo, a gravadora Odeon o contratou para gravar um single, ignorando o sotaque e as deficiências vocais do jovem italiano. O lado A do disco – Rapaz Moderno – até que obteve razoável execução nas emissoras de rádio, e a garotada, por divertimento, adorava imitar o sotaque do galã. A incógnita, para mim, era o lado B do compacto. Sempre tive a curiosidade de ouvi-lo, até que recentemente consegui comprar o disco no Mercado Livre.

Se vale a minha opinião, que esperei mais de 40 anos para ouvir “Gosto muito de você”, posso adiantar que, logo nos primeiros acordes, imaginei um auditório lotado com a plateia acompanhando a melodia com o braços levantados. (rs). Muito trash – e, portanto, brega e deliciosa, para ser executada na festa entre amigos. Acredito que a carreira de cantor começou e se encerrou com este disco, mas Ted Boy também participou do programa "Os Adoráveis Trapalhões", pela Tv Excelsior, ao lado de Renato Aragão, Wanderley Cardoso e Ivon Cury, e foi uma das estrelas do filme Dois na Lona, de 1968, dirigido por Carlos Alberto de Souza Barros.
Ted, como se pode perceber pelo sotaque, não é brasileiro. Nasceu em 18 de outubro de 1939 na Calábria (província italiana). Veio para Buenos Aires em 1953, no porão de um navio, aos 12 anos de idade, junto com os pais e mais cinco irmãos. Trabalhava como sapateiro em Buenos Aires, mas aproveitava o tempo disponível para treinar luta livre e praticar halterofilismo.

Em 1962 já estava participando de programas de Telecatch nos canais 9 de Buenos Aires e 12 de Montevidéu. Em 1965, Marino chegou ao Brasil. Pouco tempo depois, foi contratado como lutador de Telecatch pela TV Excelsior. A partir da década de 1980, com o declínio do gênero Telecatch, Marino atuou como coadjuvante no programa Os Trapalhões, além de fazer pontas em programas humorísticos como a Escolinha do Professor Raimundo. Também se apresentou em clubes e teatros do interior. Atualmente, Ted Boy Marino mora no Rio de Janeiro, onde está aposentado.

Lado A - Rapaz moderno
Labo B - Gosto muito de você

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Vários jogadores: Fazendo música, jogando bola

Seis atletas brasileiros mostram que, fora do campo, são craques também na música
Duetos entre Fagner & Zico e Elis Regina & Pelé são os destaques desta coletânea

Eles não chegam a ser "um" Julio Iglesias, que antes de se consagrar como cantor foi goleiro do Real Madri, mas pelo menos seis jogadores brasileiros – Pelé, Zico, Romário, Junior, Marinho e Ronaldo, ex-goleiro do Corinthians - se aventuraram no campo dominado pelo colega espanhol. O mais bem-sucedido, pelo menos em execução e venda de discos, foi o craque Junior, do Flamengo, com sua famosa “Voa canarinho”. Foi lançada na época da Copa do Mundo na Espanha, em 1982, com o saudoso Telê Santana no comando da seleção. O Brasil fez bonito, não trouxe a Copa e o canarinho recolheu suas asas.

Pelé, o eterno rei do futebol, que também é compositor, teve pelo menos o privilégio de “cantar” em dueto com Elis Regina - um raro encontro com a melhor cantora do Brasil. As duas músicas com Elis foram lançadas num compacto simples da Philips, intitulado “Tabelinha – Pelé x Elis”, em 1969, no qual o rei reconhece humildemente que "Eu não tenho voz para cantar". O craque também comparece em bom momento com Gracinha Leporace na “Meu mundo é uma bola” , uma das faixas da série A trip to Brazil - Copa do mundo, de 2006.

Outro que está bem acompanhado é Zico, maior ídolo do Flamengo, em dueto com Fagner. O disco foi lançado para o Carnaval de 1983, e o Galinho até que dá uma enganada legal como cantor. Na mesma trilha está Marinho Chagas, considerado um dos melhores laterais-esquerdos da história do futebol brasileiro, que gravou “Eu sou assim”, em compacto lançado em 1977 pela Copacabana. Teve direito até a um clipe no Fantástico. Fico devendo o lado B do disco, "A minha vingança", música de Olavo Sérgio e José Roberto. Agradecerei a quem puder disponibilizá-la.

Quem não faz feio é o ex-goleiro Ronaldo, do Corinthians, com Os Impedidos. Ele lançou com sua banda um CD de rock, com forte influência de Elvis Presley, em 1996. As três faixas de Ronaldo nesta coletânea foram extraídas deste CD. Uma das canções – Fazendo Música, Jogando Bola – dá título à presente coletânea de jogadores cantores. Finalmente, o disco se encerra de forma inusitada, com o craque Romário. Ele canta o jingle comercial do refrigerante Sprite. Só ouvindo para crer.

01. 1982 - Junior - Povo Feliz (Voa canarinho)
02. 1982 - Junior - Pagode da Seleção
03. 1982 - Fagner e Zico - Batuquê de Praia
04. 1982 - Fagner e Zico - Cantos do Rio
05. 1969 - Elis Regina e Pelé - Perdão Não Tem Vez
06. 1969 - Elis Regina e Pelé - Vexamão
07. 1978 - Pelé and Gracinha Leporace - Meu mundo é uma bola
08. 1996 - Ronaldo e os Impedidos - Linda Mulher
09. 1996 - Ronaldo e os Impedidos - Fazendo Música, Jogando Bola
10. 1996 - Ronaldo e os Impedidos - Volta'N Blues
11. 1977 - Marinho Chagas - Eu sou assim
12. 1998 - Romário – Jingle do refrigerante Sprite

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Xacaxas, proibido para menores de 18 anos

Compacto de 1972 foi colocado à venda com lacre e advertência sobre a proibição

Alguém já ouviu falar em Xacaxas? Pois em 1972 foi lançado pela New Records (selo da Beverly) este compacto simples – disco de vinil com uma música de cada lado – do Xacaxas com as músicas “Jungle fever” e “African”. O que chama a atenção neste disco são as duas advertências impressas na capa: “Proibida a venda a menores de 18 anos” e “A execução pública e radiodifusão deste disco são expressamente proibidas bem como a audição em lojas. Atenção revendedor: não violar o lacre”.

Como se vê, este vinil traz resquícios da ditadura militar, que censurou muitas obras da cultura nacional. Posso estar enganado, mas o primeiro disco que me lembro de ter sido censurado logo após o lançamento foi o de Serge Gainsburg & Jane Birkin, com a famosa “Je T'aime Moi Non Plus”, no final dos anos 60. Posteriormente o disco foi relançado em edição especial do jornal O Pasquim. Acho que, no caso deste disco do Xacaxas, a “proibição para menores de 18 anos” serviu muito mais como estratégia de marketing. Eu mesmo comprei o disco pela curiosidade de descobrir o “conteúdo” do que era proibido.

Se você tem essa curiosidade, baixe o disco e depois comente sobre o que achou.

Lado A – Jungle fever
Lado B – African