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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Jorge Mautner: Radioatividade (single de 1966)

Nelson Jacobina e Jorge Mautner no show "Negros Blues", de 1977, em São Leopoldo

Recebi pedido deste primeiro disco do Jorge Mautner, single gravado em 1965 e lançado no ano seguinte pela RCA Victor, com “Radioatividade” no lado A e “Não, não, não”, no B, de George Mautner, como consta no selo. As duas gravações que disponho foram compradas no Mercado Livre (ML). Lá, adquiri intes como discos, CDs, livros e músicas em mp3. A perigrinação pelo ML foi legal porque conheci o Tito, hoje dono do blog Suco de Sulcos, com quem troquei inúmeros títulos nacionais e internacionais. O correio era ainda o melhor meio de transporte para os arquivos mp3 gravados em CD e, no finalzinho, em DVDs.

Procurei fotos e referências sobre este single na web e encontrei as imagens dos lados A e B no Mercado Livre, onde um vendedor o oferece por R$ 349,00. Também achei no meu baú duas fotos que tirei do Mautner e Nelson Jacobina no show “Negros Blues” em 5 de setembro de 1977, lá em São Leopoldo (RS), onde participei com colegas da faculdade de um congresso de comunicação. Assisti, em meados dos anos 80, outra apresentação da dupla no Projeto Seis e Meia, no Senac-SP, e dei minhas fotos do show ao Mautner. As duas que tenho são as que ilustram a postagem.

Ainda encontrei outra fonte legal no site do cantor, compositor e escritor. Nele, Mautner faz o seguinte relato:

“Em 1965, eu gravei um compacto pela RCA-Victor, com a produção de Moracy Do Val, e acompanhado pelo grupo de folk-rock The Vikings (eram dois irmãos que cantavam músicas deles e dos Everly Brothers). Este disco, juntamente com o livro Vigarista Jorge, motivaram a incursão do meu nome na Lei de Segurança Nacional. Dois meses depois de lançado o compacto, cronistas de jornais, inclusive pelo falecido Sergio Bittencourt, filho do Jacob do Bandolim, e que era, junto com Nelson Motta, juri do Flávio Cavalcanti, denunciaram tanto ele como o meu livro como perigosa subversão trotzkista. Apesar disso, por ocasião da minha volta do exílio em 1971, fui encontrar Sergio Bittencourt, eu o perdoei, ele também, e nos abraçamos. A faixa "Radioatividade", que fala sobre a Terceira Guerra Mundial e da bomba atômica, causava muita estranheza pela sua temática, até por pessoas geniais e bem-pensantes, como Nara Leão, que disse a respeito: "o que tem o Brasil a ver com a bomba atômica?"

No site, ainda informa que, após a inclusão do seu nome na Lei de Segurança Nacional, se exilou nos Estados Unidos. Lá, começou a trabalhar na Unesco. Como bico, Jorge traduzia obras brasileiras para o inglês e dava palestras sobre estes livros para a Sociedade Interamericana de Literatura, situada na Park Avenue, num casarão que havia sido a sede da Embaixada Soviética. Recebendo 20 dólares por livro, Jorge leu e traduziu muito nesta época, produzindo por semana vários relatórios em inglês sobre publicações da literatura brasileira.

Confirma agora este polêmico disco:

Lado A – Radioatividade (George Mautner)
Lado B – Não, não, não (George Mautner)

Download aqui

4 comentários:

  1. Demais suas fotos também!! E como disse Caetano: Jorge Mautner foi o primeiro "tropicalista"!

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  2. Por favor coloque para download o compacto do Mautner de 1979
    O Filho Predileto de Xango e O Boi , nas suas versões originais.
    Os fãs de Mautner agradecem.

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  3. Novo link:

    http://kiwi6.com/file/fp3byi31yh

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