Sintonia entre cantora e quarteto gerou o CD "Agora - Bojo & Maria Alcina" em 2004
A irreverente Maria Alcina, com sua alegria e forma peculiar de se apresentar, canta ao vivo em show no qual é acompanhada pelo Bojo, um quarteto que nasceu em 1998 para se tornar uma das mais importantes bandas eletrônicas do País. A gravação, certamente extraída da mesa de som e da qual desconheço detalhes, foi feita em 5 de julho de 2003 no Sesc Pompeia, em São Paulo. Foi graças a essa apresentação que a cantora decidiu gravar o CD "Agora - Bojo & Maria Alcina" (Outros Discos), lançado em 2004 e ainda disponível para venda.
Maria Alcina obteve popularidade com a música "Fio Maravilha", canção de Jorge Benjor que sacudiu em 1972 o Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, durante o VII Festival Internacional da Canção (FIC), na TV Globo. A cantora mineira, natural de Cataguases, despontou para o estrelato graças à voz rouca, inconfundível, quase masculina, e a forma extravagante de se apresentar, repleta de maquiagem, roupas irreverentes e gestos carnavalescos. A cantora emplacou sucessos, como "Alô, alô", de André Filho, "Kid Cavaquinho", de João Bosco e Aldir Blanc, "Prenda o Tadeu" (Clemida), e outras. Lançou músicas de Eduardo Dusek ("Folia no Matagal"), Rita Lee ("Tum-Tum") e até de Pelé (“Acredita no véio”).
Alcina também reviu Noel Rosa ("Coração" e "Seu Jacinto") e Adoniran Barbosa (“Um samba no Bixiga” e “Plac-tic-plac”). Além disso, incluiu no repertório músicas das divas do rádio, de forma totalmente anárquica, em números originalmente criados por Marlene ("E Tome Polca"), Emilinha Borba ("Escandalosa"), Lana Bittencourt ("Haja o Que Houver"), Bando da Lua ("Maria Boa") e, claro, Carmen Miranda ("Alô, Alô", "Como Vaes Você", "Me dá... me dá", "Eu dei" e "Chica Chica Boom Chic"). O Bojo, por sua vez, é extremamente criativo na busca de novas sonoridades. É formado por Maurício Bussab (voz, sintetizadores, marimba), Du Moreira (baixo e moogerfoogers), Fé Pinatti (loops e efeitos) e Kuki Stoilarski (bateria, percussão e hang), e investe na techno music com o mesmo prazer com que Jorge Benjor investia na Banda do Zé Pretinho. Confira:
01. Agora (Bojo)
02. Bucanera (Belchior)
03. Sem vergonha (Jorge Benjor)
04. Tarja preta (Wado)
05. Eu dei (Ary Barroso)
06. Alô, alô (André Filho)
07. Filho maravilha (Jorge Benjor)
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